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Novo Homem Invisível inverte protagonismo para Elizabeth Moss

MARCOS KIMURA*

Uma nova versão do “Homem Invisível”, o terror “A Hora de sua Morte” e o drama “Luta por Justiça” são as novidades dos cinemas de Indaiatuba pós-carnaval. Em “O Homem Invisível”, Elizabeth Moss (“O Conto da Aia”) é Cecília Kass, uma mulher que fugiu do relacionamento abusivo com o cientista Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen, de “A Maldição da Residência Hill”), e que é informada que ele se suicidou.

No entanto, diversos acontecimentos fazem com que ela comece a pensar que ele não morreu de fato,. A direção é de Leigh Wannell (“Sobrenatural: A Origem”) e é mais uma adaptação do romance de ficção-cientifica de H.G. Wells, publicado em 1897, e que no cinema virou filme de terror em 1933, dirigido por James Whale (“Frankenstein”) e estrelado por Claude Rains (mais conhecido como o Capitão Renault de “Casablanca”).

Entrou para o time de “monstros da Universal” junto com o próprio Frankenstein, Drácula, a Múmia e o Lobisomem. Até recentemente, o estúdio tentou criar um universo compartilhado com esses personagens, só que, desta vez, a produção é da Blumhouse, responsável por “A Bruxa” e pelo renascimento de M. Night Shymalan em “A Visita” e “Fragmentado”.

Em 2000, o  cineasta Paul Verhoeven (“Instinto Selvagem”, “Robocop”) fez “O Homem sem Sombra”, uma versão mais perturbadora, em que Kevin Bacon usa seu poder da invisibilidade para matar seus colegas cientistas, atormentar a namorada e estuprar a vizinha.

Possivelmente esse tenha sido o ponto de partida para esta versão que, pelo trailer, faz da vítima – não por acaso Elizabeth Moss, em alta por seu seriado sobre uma América em que as mulheres perdem praticamente todos seus direitos – a protagonista da história, modernizando o contexto da trama. Com 90% de aprovação no site Rotten Tomatoes, parece que a ideia  deu certo.

Aplicativo do Mal

“A hora de sua morte” segue a linha de “O Chamado”, em que elementos tecnológicos – naquele caso, videocassetes e telefones – eram veículos para entidades diabólicas. Uma jovem freira baixa um aplicativo que promete prever o momento e a data da morte das pessoas. Quando o aplicativo indica que ela tem três dias de vida restantes, a freira luta por sua sobrevivência ao mesmo tempo em que enfrenta uma misteriosa criatura que a assombra. A direção é do estreante Justin Dec e o elenco oriundo da TV traz Elisabeth Lail (“Você”), Jordan Calloway (“Raio Negro”) e Peter Faccinelli (“Supergirl”).

No corredor da morte

“Luta por Justiça” traz Michael B. Jordan (“Creed”) como Bryan Stevenson, um advogado recém-formado em Harvard que abre mão de uma carreira lucrativa em escritórios renomados da costa leste americana para se mudar para o Alabama e se dedicar a prisioneiros condenados à morte que jamais receberam assistência legal justa.

Ao chegar lá, Bryan se depara com o caso de Walter McMillian (Jamie Foxx, vencedor do Oscar por “Ray”), um homem negro falsamente acusado de um assassinato, mas que nunca teve uma defesa apropriada por conta do preconceito racial na região. No elenco também está outra vencedora do Oscar, Brie Larson (“O quarto de Jack”, “Capitã Marvel”), a direção é de Destin Daniela Cretton (“O castelo de vidro”) e a crítica, de modo geral, elogiou este drama sobre injustiça e racismo ainda existentes nos EUA.

Cineclube

Por causa do carnaval, o Cineclube Indaiatuba terá sessão nesta quinta-feira, ás 19h30, no Cine Topázio do Shopping Jaraguá, com o filme “Cicatrizes” Há vinte anos, Ana sofre de uma dor implacável. Ela passou todo esse tempo convicta de que seu filho, alegado natimorto pelo hospital, na realidade teria sido vendido para um esquema de adoção ilegal que vigora até os dias atuais na Sérvia.

Com uma nova pista e o relato de outras dezenas de mulheres que acreditam ter passado pela mesma situação, Ana vê motivos para recuperar as esperanças. A direção é de Miroslav Trzic e no elenco estão Snezana Bogdanovich e Jovana Stoilkovic. O filme teve uma trajetória vitoriosa em festivais independentes pelo mundo.

Cine Cult 

Na próxima terça-feira, dia 3, a Sessão Cine Cult irá exibir “Um Lindo Dia na Vizinhança”, da diretora Marielle Heller (de “Poderia Me Perdoar?) no Cine Topázio do Shopping Jaraguá. O longa-metragem apresenta Fred Rogers (Tom Hanks), criador do Mister Rogers & Neighborhood, um programa infantil de TV muito popular na década de 1960, nos Estados Unidos.

Em 1998, Tom Junod (Matthew Rhys, de “The Americans”), até então um cínico jornalista investigativo, aceitou escrever o perfil de Rogers para a revista Esquire. Durante as entrevistas para a matéria, Junod mudou não só sua visão em relação ao seu entrevistado como também sua visão de mundo, iniciando uma inspiradora amizade com o apresentador.

“Um Lindo Dia na Vizinhança” estreou no Festival Internacional de Toronto em setembro de 2019 e recebeu críticas positivas para a direção de Marielle Heller, sendo eleito pela revista Time como um dos melhores filmes do ano passado. Pela sua performance, Tom Hanks foi indicado como Melhor Ator Coadjuvante nas premiações mais importantes da temporada: Globo de Ouro, Critics’ Choice, SAG Awards, BAFTA e Oscar.

*Marcos Kimura é jornalista e curador do Cineclube Indaiatuba (SP).

foto: reprodução