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O Natal de quem não tem Natal – profissionais falam da rotina no feriado

HUGO ANTONELI JUNIOR

Enquanto a maioria das pessoas está ao redor de uma mesa cheia de comidas diversas, com os amigos ou viajando, existem alguns profissionais que estão trabalhando para manter tudo funcionando normalmente. Por isso o Comando Notícia apresenta hoje três personagens que, enquanto você estará comemorando o Natal, estarão no batente. Eles falam sobre a rotina, o sentimento de trabalhar em um dia em que quase ninguém trabalha e deixam suas mensagens.

Camila Fontini Carvalho tem 28 anos e é funcionária da AB Colinas. Como agente de pedágio e que atua em Indaiatuba, ela diz que trabalha há mais de seis anos com esta rotina. “Começo às 6 horas e vou até às 18 horas. Trabalho com o público, atendendo sempre com gentileza a cada usuário que passa pelas nossas rodovias”, conta. Se não fosse trabalhar, ela passaria a data com a família, marido, filhos e pais. Os parentes não acham tão legal que ela esteja trabalhando no Natal. “Mas entendem a minha escala de trabalho.”

Leni Alves de Azevedo, de 53 anos, também é agente de pedágio do Pedágio em Indaiatuba. São 10 anos na função. “O último Natal que passei com a família foi no ano passado em que consegui tirar férias”, conta. Os parentes ficam “meio chateados” por esta rotina, mas entendem. Mesmo no batente ela não deixa a data passar em branco. “Comemoro no horário de refeição. Quando o relógio dá meia-noite, faço uma oração agradecendo por mais um Natal, desejo Feliz Natal para todos que estão próximos.”

Pronto Socorro

Se tem um lugar que não pode fechar nunca, este é o hospital. E é lá que encontramos João Paulo da Costa, de 38 anos. Ele é coordenador da Equipe do Pronto Socorro do Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc). Trabalhando desde 2001 na enfermagem, atualmente ele conta que consegue passar o Natal com a família. “Já cumpri desde a carga de 12 horas por 36, mas atualmente faço oito horas de segunda a sexta”, afirma. “Nestes últimos quatro anos, graças a Deus, passei com a família e sempre dou prioridade de estar com eles. Quando trabalhava em plantões de 12 horas era sempre um dia diferente e a família sempre compreendeu pela escolha que fiz, o importante era estar com eles no dia seguinte.”

João diz que no plantão sempre havia comemoração também. “Sempre fazemos a ceia na noite de Natal. Quando estava de plantão, sempre um momento de tristeza, mas os amigos sempre nos reconfortam com sua presença”, afirma. Infelizmente, as pessoas que são atendidas, muitas vezes não são tão gentis, mesmo na época do Natal. “Nem sempre a receptividade é boa por parte das pessoas, até por nós mesmos que abrimos mão de estar com a família ou alguém que gostamos para cuidar ou ajudar pessoas estranhas.”

Apesar disso, ele tem orgulho do que faz. “Me sinto feliz. Escolhi essa profissão, então o mínimo que devemos fazer é entender que essas datas vão se repetir mais vezes e nem sempre estarei de plantão. Na folga seguinte sempre priorizo o descanso, vejo os familiares, amigos e pessoas próximas.”

Votos de Natal

Camila e Leni aproveitam a folga seguinte para comemorar a data. “Se possível a gente comemora com um churrasco”, diz Leni. “Procuro passear, curtir a família e amigos”, afirma Camila. Os motoristas que passam pelos guichês de cobrança as cumprimentam. “Eles reagem bem e nós também”, conta Camila, que tem o relato confirmado por Leni. “Nesta época as pessoas costumam ser mais gentis.”

As duas desejam aos leitores um bom Natal. “Muita saúde e disposição para trabalhar e realizar minhas metas. Desejo a todos um Santo Natal e um Feliz Ano Novo com muitas realizações”, diz Leni. “Desejo a todos muita saúde, paz, sorte e sucesso. Que as coisas mais importantes como amor e união se sobressaíam a todas as dificuldades.”

João também deixa uma mensagem. “Para 2019 desejo mais comprometimento das pessoas que trabalham, são tantas desempregadas e as que tem não dão muito valor. Mais amor e entendimento para com o próximo. Acreditem que estamos aqui pela profissão, pelo dinheiro que muitos precisam para pagar as contas e nem sempre é o suficiente, por ser uma profissão pouco valorizada. A enfermagem é muito importante para a saúde do mundo, o amor e dedicação que temos junto ao cuidado com o paciente é algo que não se explica. Que todos tratem bem e seja
educado ao lidar com o profissional da saúde, estamos ali para ajudar.”

fotos: AB Colinas