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Onda de calor: especialista alerta sobre aumento da fadiga entre trabalhadores devido ao clima quente

Clima quente e níveis crescentes de poluição afetam a saúde dos trabalhadores e podem comprometer a produtividade nas empresas. Conscientização por parte das empresas pode contribuir para melhorar a qualidade de vida dos funcionários

Nas últimas semanas, o Brasil tem enfrentado condições climáticas adversas com o agravamento do calor, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste, elevando os níveis de poluição no ar. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro estão entre as mais afetadas, registrando aumento de doenças, alergias, e uma sensação geral de mal-estar. 

Com temperaturas que chegam a ultrapassar os 40°C, o fenômeno não só representa desconforto, mas também traz sérios riscos à saúde da população. Segundo dados da Fundação Osvaldo Cruz, o registro de Nível de Calor 4, quando a temperatura é superior a 40 °C por quatro horas ou mais, está associado a um aumento de 50% na mortalidade por doenças como hipertensão, diabetes e insuficiência renal, principalmente entre idosos.

Os principais sintomas de calor excessivo variam de leves a graves e podem indicar desde desconforto até quadros mais sérios de exaustão térmica e insolação. Entre os sinais mais comuns estão: suor excessivo, sede intensa e boca seca, tontura, sensação de fraqueza, dor de cabeça, entre outros. Em casos mais graves, se houver sintomas graves, é essencial buscar ajuda médica imediatamente, pois a insolação pode levar a complicações como falência de órgãos e risco de morte.

Diante deste cenário, o cuidado das empresas com seus funcionários deve ser redobrado, pois o cenário é preocupante. Cansaço, fadiga e doenças relacionadas ao clima podem resultar em um aumento no número de ausências de funcionários e queda na produtividade. Com a previsão de mais dias quentes nos próximos dias, a tendência é que as adaptações nas rotinas corporativas se tornem cada vez mais comuns, reforçando o compromisso das empresas com a qualidade de vida dos funcionários.

O doutor Marco Aurélio Bussacarini, especialista em segurança do trabalho e CEO da Aventus Ocupacional, empresa do segmento, alerta que esses fatores exigem uma resposta rápida e consciente por parte das empresas, que devem adotar medidas preventivas para garantir o bem-estar dos colaboradores.

“Com temperaturas mais altas, traz um aumento de fadiga para todos, desde os funcionários de escritório até os que atuam em áreas produtivas. Por isso, todos da empresa precisam estar conscientes dessa questão da fadiga e adequar o ritmo de trabalho tendo em vista esse déficit acarretado pelas condições climáticas na saúde dos trabalhadores, comenta o especialista. “É essencial que as empresas façam algum tipo de campanha de conscientização e prevenção para os funcionários, com isso, vão ganhar pela diminuição de absenteísmo e aumento de produtividade.”, comenta o especialista.

Empresas que exigem trabalho ao ar livre, como na construção civil e no setor agrícola, devem adotar intervalos mais frequentes para descanso em locais sombreados, além de reforçar a hidratação dos funcionários. O fornecimento de água potável em maior quantidade e a disponibilização de equipamentos de proteção, como bonés e roupas leves, também devem o incentivados.

A legislação trabalhista brasileira estabelece que empregadores devem zelar pela saúde dos funcionários, garantindo condições adequadas no ambiente de trabalho. Em casos de temperaturas extremas, a Norma Regulamentadora 17 (NR-17) do Ministério do Trabalho recomenda medidas de controle da ventilação ambiental para minimizar a ocorrência de correntes de ar aplicadas diretamente sobre os trabalhadores. Além disso, a norma também também afirma que a empresa deve adotar medidas de controle da temperatura, da velocidade do ar e da umidade com a finalidade de proporcionar conforto térmico nas situações de trabalho.

“O investimento em segurança do trabalho não é apenas uma obrigação legal, mas uma estratégia essencial para garantir a saúde e o bem-estar dos funcionários, especialmente em períodos de calor extremo. Medidas como adequação dos ambientes, flexibilização de horários e reforço na hidratação podem reduzir significativamente os impactos das altas temperaturas, prevenindo problemas como exaustão térmica e desidratação, além de manter a produtividade da equipe, destaca Bussacarini.

Medidas de proteção para os trabalhadores

As empresas podem adotar algumas ações simples e eficazes para minimizar os impactos das condições climáticas adversas, promovendo a saúde e a produtividade dos funcionários.  Marco Aurélio Bussacarini destaca as seguintes recomendações:

  • Promover campanhas de hidratação: Incentivar os funcionários a beberem água regularmente para combater os efeitos da desidratação, que é mais comum em climas secos.
  • Ajustar o ritmo de trabalho: Durante os dias de calor intenso e baixa umidade, as empresas devem flexibilizar o ritmo de trabalho, permitindo pausas mais frequentes para que os colaboradores possam descansar.
  • Garantir ambientes climatizados: Manter uma temperatura agradável nos escritórios e áreas de produção ajuda a combater a fadiga e melhora o desempenho dos trabalhadores.
  • Orientação sobre a saúde respiratória: Incentivar o uso de umidificadores e promover a limpeza regular dos sistemas de ar-condicionado para evitar o acúmulo de poluentes no ambiente.
  • Monitorar a qualidade do ar: Empresas localizadas em áreas mais expostas à poluição podem instalar monitores de qualidade do ar e adaptar suas operações nos dias em que os níveis de poluição são mais críticos.

Com informações:  Antonio- Comunicação Conectada

Foto:Freepik