Ônibus voltam a circular na região de Campinas após paralisação em protesto contra morte de presidente de sindicato

As linhas de ônibus paralisadas durante a manhã desta quinta-feira (27), por conta do assassinato do presidente do Sindicato dos Rodoviários, começaram a retomar a circulação em cidades da região de Campinas (SP) . A volta é gradual e só será 100% normalizada após o sepultamento de Nilton Aparecido de Maria, marcado para o início da tarde no Cemitério dos Amarais.
A paralisação afetou linhas municipais e intermunicipais em Campinas, Paulínia (SP), Valinhos (SP), Vinhedo (SP) e Indaiatuba (SP), e causou transtornos para os passageiros. [veja abaixo detalhes dos reflexos]
Na metrópole, das 200 linhas que circulam na cidade, 110 ficaram completamente paradas, o que significou um impacto de 55% no total da frota. De acordo com a Empresa Municipal de Desenvolvimento da Metrópole (Emdec), 76 mil pessoas foram afetadas durante a manhã.
No início da tarde, pelo menos 35% das linhas que ficaram paralisadas já tinham voltado a circular, de acordo com Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas. A Emdec ainda afirmou que se solidariza com a família de Nilton, mas a população não pode ser prejudicada e, por isso, entrou com uma liminar no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para que a operação fosse totalmente normalizada.
Paralisação de ônibus causou transtornos em Campinas — Foto: Reprodução
Segundo a autarquia, os terminais Central, Campo Grande, Mercado I e III, Itajaí, Shopping Dom Pedro e Shopping Iguatemi estão abertos. Já os de Barão Geraldo, Ouro Verde, Padre Anchieta, Vida Nova e Vila União estão fechados, com operação mista, fora do terminal.
“A medida é utilizada para não prejudicar o usuário, uma vez que para entrar no terminal ele paga a passagem ao passar pela catraca e pode não ter o ônibus que ele precisa naquele momento. Por isso a operação é feita fora do terminal e o usuário paga a passagem dentro do ônibus”, informou a Emdec.
Paralisação
A paralisação provocou um transtorno em toda a região nesta quinta-feira. A reportagem , esteve no Terminal Central de Campinas e conversou com passageiros que foram prejudicados.
“Tive que ligar para o meu supervisor e estou aguardando ele vir me buscar. É um transtorno, eu não esperava isso hoje”, disse a auxiliar de limpeza Marta Bitral.
Passageiros machucou o braço depois de ficar preso na porta de ônibus em Campinas — Foto: Reprodução
Outro passageiro também afirmou que teve o dia totalmente afetado pela manifestação. “Cheguei aqui e fui surpreendido. Vou voltar para a minha casa, é um dia perdido”, completou. Motoristas também atravessaram ônibus na Avenida João Jorge e bloquearam o trânsito na via, que é uma das principais da metrópole. Terminais e pontos de ônibus ficaram muito lotados.
O Setcamp, no entanto, disse que a história é diferente e que na verdade o passageiro não conseguiu entrar no ônibus a tempo e por isso acabou dando um soco no vidro.
Ônibus não saíram da garagem nesta quinta-feira em Campinas — Foto: Giuliano Tamura
Linhas intermunicipais
De acordo com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), a paralisação também afetou o transporte público intermunicipal de coletivos que fazem o trajeto de Campinas para Valinhos e Vinhedo. Veja as linhas:
- 687
- 687EX1
- 677
- 675
- 674
- 686
- 680
- 688
- 676
- 679
- 685
- 683
- 680VP1
- 678
- 727
- 724
Em Valinhos, além dos transporte intermunicipal, os ônibus urbanos também ficaram paralisados. A rodoviária do município está fechada e nenhum coletivo saiu da garagem pela manhã.
A situação só começou a ser normalizada após o velório e sepultamento do presidente do sindicato, que aconteceram na manhã desta quinta no Cemitério dos Amarais, em Campinas.
O Grupo Sou, que administra o transporte municipal em Valinhos e Indaiatuba, disse que foi surpreendido com a paralisação e lamentou o ocorrido.
Foto: Arquivo/comando Notícia