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Operação em Indaiatuba prende quadrilha por golpe do cartão e roubo de dados bancários de idosos; grupo agia em 4 estados

Uma operação da Polícia Civil prendeu seis pessoas suspeitas de participação em uma quadrilha especializada no golpe do cartão de crédito contra idosos e roubo de dados bancários em Indaiatuba (SP) na manhã desta terça-feira (18). A ação foi conjunta com policiais de Poços de Caldas (MG). De acordo com investigações, criminosos agiam em Minas Gerais, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A apuração começou na Polícia Civil de Poços de Caldas, que registrou alto número de vítimas, descobriu o golpe em quatro estados e que o comando da quadrilha estava localizado em Indaiatuba.

A operação Contragolpe foi uma resposta da Polícia Civil em virtude do aumento exponencial de fraudes praticadas contra idoso, o conhecido golpe do cartão. Hoje, o propósito desta operação, em conjunto com a equipe da Policia Civil de São Paulo, foi desmantelar de forma definitiva a estrutura da organização criminosa”, afirma o delegado titular de Poços de Caldas, Thiago Moreira.

A quadrilha era organizada em ao menos quatro frentes e movimentou cerca de R$ 5 milhões em dois meses a partir de informações das vítimas. São idosos que acreditavam estar cedendo dados a funcionários dos bancos para apuração de supostos gastos atípicos nas suas contas bancárias na Caixa Econômica Federal (CEF). Veja detalhes de como a quadrilha atuava abaixo.

“De posse da senha bancária da vítima, que ela mesma fornece, enganada pelo estelionatário, eles passam a fazer empréstimos, saques, transferências bancárias, gerando um enorme prejuízo financeiro para as vítimas”, explica o delegado de Poços de Caldas.

Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em condomínios de alto padrão e residências em bairros da cidade nesta manhã; R$ 35 mil em dinheiro foram apreendidos.

Dinheiro apreendido pela Polícia Civil em operação contra fraude em cartões de crédito em Indaiatuba — Foto: Polícia Civil/Divulgação

                        Dinheiro apreendido pela Polícia Civil em operação contra fraude em cartões de crédito em Indaiatuba — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Como a quadrilha funcionava

 

Segundo Moreira, os estelionatários se passavam por funcionários de banco e também por policiais, que seriam responsáveis por buscar os cartões das vítimas para uma suposta perícia. Veja a estrutura da quadrilha abaixo:

  • Grupo de mulheres entrava em contato com as vítimas por telefone, elas ligavam no número fixo dos idosos. Tinham informações bancárias privilegiadas e conseguiam obter a senha do cartão.
  • Outro grupo era responsável por ir à casa das vítimas retirar os cartões para uma suposta perícia. Se passava pela polícia e ia aos endereços de motocicleta.
  • Um terceiro grupo cedia contas bancárias para o recebimento do dinheiro, eram os “laranjas” da quadrilha.
  • O último grupo era formado pelos líderes da organização criminosa, responsáveis por comprar o pacote de dados bancários dos idosos, estruturar as organizações e disponibilizar a estrutura tecnológica para fazer o golpe. Eles ficavam com a maior parte do proveito do crime.

Muitas pessoas vão identificar que caíram em um golpe e devem procurar a delegacia para registrar boletim de ocorrência”, informou o delegado titular de Indaiatuba, Luiz Fernando Dias de Oliveira.

Presos vão para MG

 

Além de quatro homens e duas mulheres investigados que foram presos, outras duas pessoas foram detidas em flagrante por tráfico de drogas, em posse de 1,2kg de maconha.

Também foram apreendidos R$ 35 mil em dinheiro, balança de precisão, máquinas de cartões, celulares usados para arquitetar a estrutura do golpe, computadores com a relação de vítimas, cartões de crédito, motos de alta cilindrada e veículos de alto padrão, como uma Mercedes.

Casa de uma das pessoas investigadas pela Polícia Civil em Indaiatuba na quadrilha de fraude em cartões de crédito — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Casa de uma das pessoas investigadas pela Polícia Civil em Indaiatuba na quadrilha de fraude em cartões de crédito — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Os presos foram encaminhados para presídios em Minas Gerais, nas cidades de Poços de Caldas e Guaxupé. Segundo o delegado Moreira, outras duas pessoas foram presas em MG e mais duas em Cuiabá (MT).

A Polícia Civil conseguiu, via ação judicial, fazer os bloqueios bancário e fiscal de patrimônio imóvel e veículo automotor de todos os investigados.

Investigação busca origem de informações privilegiadas

 

A verificação de como os criminosos obtinham os dados e informações privilegiadas dos idosos está em investigação. Segundo o delegado de Poços de Caldas, a apuração está avançada e a suspeita é que um funcionário do banco usado pelos idosos que foram vítimas revenda os dados.

“Não é essa a única organização que tem posse desses dados. São várias organizações criminosas que recebem esses dados. Possivelmente, é uma agência bancária, um funcionário de instituição financeira, que revende esses dados dos seus potenciais clientes, todos da Caixa Econômica Federal (CEF).”

 

A CEF ainda não se posicionou sobre o caso.

Com informações: G1 Campinas 

Foto: Ricardo Miranda/ Comando Notícia