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Passagem do tornado por Indaiatuba completa 15 anos

No dia 24 de maio de 2005, há exatamente 15 anos, um tornado atingiu Indaiatuba (SP). O tornado causou prejuízos estimados em quase R$ 100 milhões. Três torres de alta tensão foram retorcidas pelo tornado na região próxima ao Campo de Provas da General Motors (O maior do hemisfério Sul).

Ao todo, 220 postes de energia elétrica foram derrubados e danificados; e escolas, postos de saúde e parte da prefeitura também foram destruídos. Pelo menos 400 casas foram destelhadas; e os fortes ventos derrubaram muros, telhados, estruturas metálicas, postes, galpões e árvores.

Houve prejuízo em pelo menos 400 empresas do distrito industrial, das quais 15 ficaram totalmente destruídas. Além disso, todas as 720 empresas que existem na região mantiveram-se paradas pela falta de energia elétrica. A força do vento derrubou e descarrilou 18 vagões que estavam vazios e estacionados nas linhas da Ferroban, no bairro Pimenta, cada vagão pesa aproximadamente 25 toneladas. Os prédios do Serviço Nacional da Indústria (Senai) foram destruídos pelo fenômeno, que desmantelou a portaria, causou destelhamento, quebrou vidros, arrancou árvores e derrubou os alambrados.

Seguindo um rastro destruidor pela cidade, o tornado atingiu os bairros Esplanada, Pau Preto, Remulo Zoppi, Cecap, Jardim Renata, Mercedes, Oliveira Camargo e Pimenta. Porém, o Distrito Industrial foi o bairro mais atingido. O vento arremessou partes das coberturas de vários galpões, que foram encontradas a uma distância de até três quilômetros. Algumas estruturas atravessaram, inclusive, a rodovia Santos Dumont.

Pelo menos 60 pessoas ficaram desabrigadas, das quais 35 encaminhadas pela Prefeitura à Escola Municipal Maria Benedita, no Jardim Morada do Sol. As demais foram para casas de familiares.

Tamanho do tornado

Estudos preliminares da Universidade Federal de Santa Catarina mostram que o tornado que destruiu indústrias e destelhou várias residências em Indaiatuba, foi um dos mais intensos registrados no Brasil. Em uma escala que vai de F0 a F5, o fenômeno atingiu F3. Nessa escala, a velocidade dos ventos foi superior a 251 quilômetros por hora, conforme o pesquisador do Instituto Tecnológico do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), Ernani de Lima Nascimento. 

Ao analisar uma cópia da gravação de câmeras de monitoramento da concessionária Rodovia das Colinas, que registraram a passagem do tornado, o pesquisador identificou que o tornado maior abrigava dentro dele pequenos tornados, chamados vórtices menores. A incidência de vórtices menores dentro do tornado torna o fenômeno ainda mais intenso e destruidor. Ele explicou que o fenômeno de Indaiatuba não é inédito, mas raro.

Os tornados podem chegar a um quilômetro e meio de diâmetro. A estimativa é de que o de Indaiatuba tenha alcançado 200 metros. Ele perde velocidade à medida em que o ar frio penetra em seu interior. Pode atingir até 511 quilômetros por hora de velocidade, no nível F5.

O pesquisador destacou a importância da documentação, em imagens, dos fenômenos meteorológicos para que possam ser melhor estudados pelos pesquisadores. “No Brasil isso ainda é recente, mas a tendência é de que sejam cada vez mais documentados, com as novas tecnologias portáteis de capturar imagens”, disse Nascimento. Ele explicou que os tornados são estudados no País desde 1980.

foto: divulgação