Polícia

Polícia Federal cumpre mandados da operação Lava Jato em Indaiatuba

com informações do G1 Campinas

A 56ª fase da Lava Jato cumpriu mandados em Campinas e Indaiatuba na sexta-feira (23). A operação apura o superfaturamento na construção da sede da Petrobras em Salvador (BA), de acordo com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Os policiais federais cumpriram 68 mandados de busca e apreensão, 19 de prisão temporária e 14 de prisão preventiva – que é por tempo indeterminado – totalizando 33 pedidos de prisões.

No estado de São Paulo, as naturezas e os números dos mandados em Campinas e Indaiatuba ainda não foram divulgadas pelos órgãos. As ordens judiciais foram cumpridas também em Bragança Paulista, Guarulhos, Santo André e a capital paulista.

A Polícia Federal informou que, das prisões em SP, as duas preventivas foram cumpridas e também as seis temporárias. Os locais exatos onde ocorreram não foram informados. Os presos preventivamente serão encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal no Paraná. Já os temporários ficarão nos locais onde ocorreu a prisão.

Investigações 

De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público, houve superfaturamento nos contratos de gerenciamento da construção, de elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia, além do valor cobrado pelo aluguel do prédio que a Petrobras ocupa em Salvador. Houve grande prejuízo ao fundo de pensão Petros, o Fundo Petrobras de Seguridade Social.

A Polícia Federal pediu somente mandados de busca e apreensão. Já os de prisão foram solicitados pelo Ministério Público, cuja investigação teve como ponto de partida elementos de uma investigação interna da Petrobras. O MP usou da quebra dos sigilos, telefônicos, fiscais e telemáticos (IP de usuários) nas diligências. A operação combate crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de fundo de pensão. Investiga vantagens indevidas a agentes públicos da Petrobras, Partido dos Trabalhadores (PT) e dirigentes do fundo Petros.

Como funcionava o esquema

Em resumo, de acordo com a PF, o Fundo Petros, mediante parceria com a Petrobras, investiu na execução da obra para alugar o prédio à empresa estatal por 30 anos. Ainda conforme a PF, porém, com o direcionamento da execução das obras para uma empresa ligada e outras duas empreiteiras já conhecidas da Lava Jato, o valor da execução ficou muito acima do que deveria, assim como o valor de aluguel a ser pago.

Diante disso, ainda conforme a Polícia Federal, os investigados direcionavam parte dos valores obtidos para o pagamento das propinas, ocultando e dissimulando a origem deles. As penas somadas podem chegar ao total de 50 anos de prisão e multa. Esta fase da operação foi batizada de “Sem Fundos” por conta da perda do Fundo de Pensão da Petrobras e pelo fato de os crimes investigados parecerem revelar um “saco sem fundos”.

foto: arquivo/Comando Notícia