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Polícia investiga denúncia de fraude em curso de necropsia em Indaiatuba

com informações do G1 Campinas

A Polícia Civil de Indaiatuba (SP) investiga um suposto golpe aplicado por um organizador de um curso para auxiliar de necropsia. Catorze pessoas registraram boletim de ocorrência na delegacia da cidade. O empresário Luiz Fernando Fuga Júnior nega o golpe, mas confirma que não conseguiu pagar o aluguel do prédio onde as aulas eram ministradas.

O curso começou em novembro de 2019, numa instituição de ensino de Indaiatuba, mas foi interrompido para o recesso de fim de ano. As três turmas matriculadas deveriam voltar no começo de janeiro deste ano, mas o curso não foi retomado.

Uma das vítimas, que não quis se identificar, contou que o curso foi divulgado pelas redes sociais no ano passado e um grupo de 120 alunos foi selecionado para participar gratuitamente. Porém, durante a inscrição o organizador teria pedido o valor de R$ 3 mil para a compra do material didático, além de R$ 50 para os uniformes.

“Fizemos a inscrição e no ato, quem pagasse à vista teria um desconto ou poderia fazer no boleto. O curso que era grátis passou a não ser totalmente grátis. Pagava a primeira prestação no valor de R$ 175 e a camiseta que era R$ 50. Eu paguei R$ 400, mas tenho boleto para pagar todas as mensalidades ainda”, afirma.

De acordo com as vítimas, os contratos não tinham CNPJ válido e o nome da empresa não era igual. Os valores pagos também não eram compatíveis. Segundo os alunos, eles tentaram contato com o organizador do curso, mas não foram atendidos.

Outra vítima que também não quis mostrar o rosto disse que o empresário teria enganado os estudantes com promessas de mudança de vida e dinheiro fácil. Segundo ela, alunos matriculados no curso, mas que não eram formados no primeiro grau do ensino básico também seriam certificados para exercer a função.

“A gente começou a desconfiar, pesquisar mais sobre o curso e vimos que não era bem aquilo que ele tinha prometido. Ele mostrou um sonho e todo mundo quando chegou, brilhou os olhos para isso. Ficamos esperançosos, mas depois de pagar R$ 1.470 e ele sumir, me sinto muito triste, muito frustrada. Essa grande oportunidade acabou em um golpe que roubou todo mundo”, conta.

O empresário contou que sem poder realizar as aulas no primeiro loga, chegou a conseguiu outro espaço para retomar as aulas, mas que não “deu certo porque duas alunas atrapalharam a negociação”. Ele disse que não tem como devolver o dinheiro dos alunos que pagaram pelo material didático à vista.

Júnior informou ainda que a diferença dos valores mencionada pelos alunos não é verdade. Ele explicou que quem pagou à vista, teve desconto de 50% no material didático. Os outros alunos que pagaram no cartão de crédito, não tiveram o desconto.

Sobre a diferença de CNPJ, o empresário disse que alguns contratos foram feitos por outra empresa dele que foi fechada e que ele pediu os documentos dos alunos para atualizar os contratos com os dados da empresa ‘Databyte Treinamento e Certificação’. Segundo ele, muitos não levaram.

Luiz afirmou que já conseguiu um novo lugar para as aulas, mas só vai divulgar isso para cada aluno pelo grupo de mensagens. O empresário afirmou que o curso não será cancelado e que o cronograma vai seguir até o mês de novembro.

foto: EPTV