Indaiatuba

Denúncia: pombos e descaso no Jardim Pau Preto

O Comando Notícia recebeu uma denúncia sobre a infestação de pombos na rua Vicente Ferrer esquina com a rua João dos Santos, em Indaiatuba (SP). Um morador do bairro Jardim Pau Preto enviou algumas fotos ao Comando Notícia para mostrar e segundo ele, justificar a sua reclamação, e disse estar preocupado, pois segundo ele “não é só pela sujeira não, mas pelo cheiro forte e principalmente pelas doenças”, disse o morador.
 
O denunciante disse ainda ao Comando Notícia que uma casa abandonada teria virado abrigo para os pombos e que a cada dia, o número dos bichos é maior. Ele disse ainda que já fez reclamações e solicitações na Prefeitura a respeito do problema, mas que não foi atendido.
 
O Comando Notícia entrou em contato com a Prefeitura sobre o caso, mas não fomos respondidos.
 
 
 
 
 
Há riscos de doenças?
Segundo o Ministério da Saúde, a criptococose é uma das doenças -classificada como micose sistêmica – ou mais popularmente conhecida como ” doença do pombo” é causada por fungos do gênero Cryptococcus e que, dependendo do caso, pode matar. O principal reservatório do fungo é a matéria orgânica morta presente no solo, em frutas secas e cereais, e nas árvores. O fungo causador da doença também é encontrado nas fezes de aves, principalmente dos pombos.  

A variante C. neoformans da doença, de caráter oportunista, representa a principal causa de meningoencefalite e morte em indivíduos com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids). No entanto, essa espécie também acomete indivíduos sem problemas de saúde em todo o mundo.

Já a variante C. gattii acomete crianças e jovens sem evidência de imunodepressão aparente, sendo de comportamento endêmico ou focal nas zonas tropicais e subtropicais, especialmente nas regiões Norte (Amazônia) e Nordeste do Brasil, incluído o semiárido, e, esporadicamente, nas demais regiões brasileiras.As manifestações clínicas da doença dependem do estado imunológico de cada indivíduo e do subtipo do fungo em questão. O surgimento de sinais e sintomas ocorre entre três semanas e três meses antes da internação hospitalar. Os principais sintomas são – no caso da Criptococose pulmonar, que causa febre, tosse, dor no peito, perda de peso e fraqueza. Já em caso de ser Criptococose no sistema nervoso central, a pessoa pode sentir dor de cabeça, febre, náusea, vômito, confusão mental rigidez de nuca e alterações de visão.

A Criptococose cutânea causa o aparecimento de várias lesões avermelhadas, contendo secreção amarelada no centro, semelhantes a espinhas. Pode ter o aparecimento de erupções cutâneas vermelhas em uma região específica ou por todo o corpo, ulcerações ou massas subcutâneas, semelhantes a tumores, e pode atingir também qualquer parte do corpo, causando lesões oculares e ósseas.

 

Como ocorre a transmissão da criptococose?

Não existe transmissão inter-humana dessa micose, nem de animais ao homem. No entanto, indivíduos, ou seja, os seres humanos, estão expostos à doença por meio da inalação dos fungos causadores da criptococose.

Como é feito o diagnóstico da criptococose?

O diagnóstico da criptococose é clínico e laboratorial. A confirmação laboratorial é feita com o uso de “tinta da China” (nanquim), com evidências de criptococos visíveis em materiais clínicos. O principal diagnóstico das meningites criptocócicas é o exame do líquor-LCR.

O criptococo também pode ser isolado na urina ou no pus. A sorologia e a histopatologia também são consideradas na confirmação diagnóstica da criptococose. Como exame complementar, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética ou a radiografia de tórax podem demonstrar danos pulmonares, presença de massa única ou nódulos múltiplos distintos (criptococomas).

Como é feito o tratamento da criptococose?
A escolha terapêutica para o tratamento dependerá da forma clínica de cada paciente e do estado imunológico do indivíduo. Os medicamentos antifúngicos mais utilizados para o tratamento são a anfotericina B, o fluconazol, o itraconazol e a fluocitosina. A anfotericina B tem sido administrada como droga principal e o fluconazol como uma droga de consolidação do tratamento.

O Sistema Único de Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, oferece gratuitamente o complexo lipídico de anfotericina B e o itraconazol para o tratamento da criptococose. Todo o tratamento e suporte necessários para cuidar da doença também são oferecidos de forma integral e gratuita pela rede pública de saúde.
No caso de infecções, não há necessidade de isolamento dos doentes. As medidas de desinfecção de secreção devem ser as de uso hospitalar rotineiro. Os tratamentos são feitos mediante internação.

Qual a melhor forma de prevenir a criptococose?
Não existem medidas preventivas específicas. Entretanto, recomenda-se a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), sobretudo de máscaras, na limpeza de galpões onde há criação de aves ou aglomerado de pombos.

Medidas de controle populacional de pombos devem ser implementadas, como reduzir a disponibilidade de alimento, água e, principalmente, abrigos. Os locais com acúmulo de fezes desses animais devem ser umidificados para que os fungos possam ser removidos com segurança, assim como possibilitar a sua dispersão por aerossóis.

 

Outras doenças provocadas pelos pombos:

– Histoplasmose: doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras do fungo);

– ornitose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos;

– meningite: inflamação das membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.

 

 

 

foto: arquivo pessoal.