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‘Pouco conhecido’: ipê-verde é nativo e apresenta propriedades medicinais

Espécie discreta possui as flores da mesma cor da folhagem e é utilizada também como planta ornamental

 

Apesar de parecer algo muito raro, o ipê-verde (Cybistax antisyphilitica) está distribuído amplamente por todo o Brasil extra-Amazônico, no Cerrado e em áreas florestais de todos os outros estados brasileiros, exceto Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. É uma espécie nativa do país mas não é endêmica, também ocorre no Paraguai, Bolívia, Norte da Argentina e Peru.

De acordo com a Lúcia Lohmann, professora do departamento de botânica do Instituto de Biociências da USP , assim como outras cores, os ipês-verdes são conhecidos por suas propriedades medicinais. “As folhas são utilizadas para preparar chás que combatem à sífilis e também no tratamento de úlceras e infecções urinárias, entre outras enfermidades”, explica ela.

Além disso, esta espécie é muito utilizada de maneira ornamental e na recuperação de áreas degradadas. Ele chega a dois metros de altura, mas nas cidades, onde é utilizada como ornamental, geralmente apresenta estatura mais baixa, porém seu tamanho pode variar entre 2 a 20 metros. “A madeira também é utilizada para construção. No Perú, há relatos do uso desta espécie para a produção de tinturas”, afirma.

Flores tem tons esverdeados que as deixam mais discretas — Foto: Ipê-verde é pouco conhecido mas abundante no Brasil
Flores tem tons esverdeados que as deixam mais discretas — Foto: Ipê-verde é pouco conhecido mas abundante no Brasil

As flores são arroxeadas no botão, depois vão se tornando verdes e em seguida ficam amareladas, geralmente, apresentando guias de néctar vermelhos”, destaca ela.

Uma outra curiosidade, segundo Lohmann, normalmente, os ipês em tons rosa e amarelo tem uma florada mais longa do que o ipê-branco por exemplo que dura em media de 24 a 48 horas. Mas quando se trata da florada do ipê-verde a intensidade acaba sendo menor, porém a duração é mais longa, podendo permanecer por 20 dias.

“Mas, pelo fato do ipê-verde não perder as folhas durante sua florada e apresentar flores com coloração semelhante as folhas, sua florada frequentemente passa despercebida. Inclusive, esse ano a florada foi menos intensa, isso se deve ao fato do clima chuvoso – os Ipês florescem mais intensamente em climas mais secos, como ocorreu no ano passado.

 

Fruto do ipê — Foto: Marcos Nadruz - pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Fruto do ipê — Foto: Marcos Nadruz – pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

O ipê-verde é originário do Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.

De modo geral, seu tronco é tortuoso e de casca grossa, características da árvore do Cerrado. Entretanto, se a árvore tiver seu crescimento na região da Mata Atlântica, pode ter o tronco um pouco diferente. Nesse caso, ele é mais ereto e as folhas podem assumir um outro formato.

Já as flores do ipê-verde são verdes e acabam se confundindo com a folhagem da árvore. A germinação dessa planta é extremamente fácil, porém seu desenvolvimento é lento. O fruto é como o que aparece na foto acima.

 

Ipê rosa, amarelo e branco — Foto: Fotos/TG
Ipê rosa, amarelo e branco — Foto: Fotos/TG

O recomendado é plantar o ipê-verde em parques, jardins, praças, avenidas e ruas e, principalmente, em ruas estreitas. Por ser de porte médio, é uma ótima planta para o paisagismo, inclusive, para a arborização de ruas estreitas. Ao plantar o ipê lembre-se de que seu habitat favorito é onde tenha muito calor e sol. Para manter a planta sempre bonita e saudável é preciso regá-la com certa frequência, porém se atente para exagerar nas doses de água.

 
 
 
 
 
Com informações Terrada Gente