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Prefeitura confirma mais 5 casos de dengue em Indaiatuba; alta no ano é de 1.662%

HUGO ANTONELI JUNIOR

A Prefeitura de Indaiatuba confirmou mais cinco casos de dengue na cidade neste ano. Ao todo são 282 entre janeiro e outubro. Outros 62 casos estão sendo investigados. Ao todo a cidade tem 444 notificações da doença em 2019. Em relação ao ano passado, o aumento dos casos está em 1.662%. Em 2018, Indaiatuba teve 16 casos.

Segundo Patrícia Melo, professora e coordenadora do curso de Biomedicina do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL), esse crescimento no número de casos de dengue em todo o país se deve a uma série de fatores que contribuem para a proliferação da fêmea do mosquito Aedes aegypti, que é a agente transmissora da doença. “Além do clima tropical e da adaptação do mosquito a regiões urbanas, pesa também a falta de estratégias públicas de combate e prevenção, impedindo a efetiva eliminação do mosquito transmissor da dengue e de outras doenças virais”, afirma.

Ela também chama a atenção para o fato de que a dengue pode atacar silenciosamente suas vítimas: “Em alguns casos, a ausência de sintomas faz com que a doença passe despercebida pela pessoa”, diz. No mês passado, o Ministério da Saúde anunciou, com dois meses de antecipação, o início de sua campanha informativa de combate ao Aedes aegypti. De acordo com Patrícia Melo, é fundamental que essa ação ocorra antes do mês de novembro, quando, segundo ela, “o calor e a chuva propiciam um ambiente favorável a reprodução do mosquito da dengue.”

Projeto mosquito “do bem”

A Prefeitura de Indaiatuba desenvolve um projeto que soltou em diversas áreas da cidade os chamados “mosquitos da dengue do bem” que são modificados geneticamente para encontrar com os mosquitos “naturais” e evitar a proliferação da dengue. A especialista fala sobre o assunto. “Acho que o projeto apresenta relevância científica e  potencial em diminuir a população de mosquitos Aedes aegypti, entretanto é necessário que os gestores públicos e a população em geral mantenham simultaneamente as ações de combate aos criadouros desses mosquitos. Em termos econômicos, é menor o custo que o governo gasta com essa tecnologia do que com despesas públicas para tratamentos/internações hospitalares”, analisa.

“Sem contar os aspectos mais graves como a ocorrência de óbitos e casos de microcefalia. Favoravelmente à pesquisa, o projeto de liberação da segunda geração de mosquitos Aedes do Bem apresentou bons resultados em experimentos realizados anteriormente nas cidades de Piracicaba e Juiz de Fora, levando a redução de populações de mosquitos selvagens. No entanto, é necessário o acompanhamento da pesquisa em termos de eficiência e segurança ambiental e à saúde da população em geral.”

E encerra. “Vale a pena ressaltar novamente que o projeto tem chances na redução da população do mosquito, no entanto não exclui ainda a necessidade da adoção de técnicas convencionais de controle ao mosquito, principalmente aqueles relacionados a eliminação dos focos de água onde o mosquito se reproduz.”