A falta de interação social e contato com a família podem gerar ansiedade e agravar casos de depressão. A psicóloga Daniela Bernardes, do Residencial Club Leger, instituição dedicada ao atendimento e acolhimento desta faixa etária, dá algumas dicas para superar esse período penoso sem aprofundar complicações emocionais.
- Falar de casos passados, junto a fotos de álbuns, pode ser uma forma de trazer aos idosos a importância de sua história e fazer com que se recordem de momentos felizes. Tudo isso pode ser compartilhado também de forma virtual.
- Essa atividade ajuda a dar um sentido positivo às experiências deles e retoma sua importância na vida de cada membro familiar – explica a psicóloga.
- Resgatar filmes antigos, sugerindo títulos, caso eles não estejam no mesmo ambiente dos demais parentes, pode ajudar a aliviar o sentido de afastamento, além de ser um poderoso método de distração e divertimento.
- Também são vitais as ligações ao longo do dia para aqueles que estejam distantes. Neste caso, devamos fazê-los se sentirem seguros, reforçando que esse período difícil é algo passageiro, mas que requer cuidados – acrescenta Daniela.
A psicóloga do Residencial Cllub Leger salienta ser natural a sensações de tristeza e desorganização de todos, não apenas dos idosos, diante de uma necessidade de reprogramar a vida de maneira tão abrupta. “Faz parte de nosso mecanismo psíquico acomodar-se cada um a seu modo, por vezes desenvolvendo a tristeza e a angústia. As estratégias que consideramos tendem a ser uma forma de alívio desses mecanismos, até que cada um internamente encontre sua forma de enfrentamento, cada um tem seu tempo para isso”, disse Daniela.
A psicóloga cita um trecho de um poema de Mário Quintana, que diz: “A arte de viver é simplesmente a arte de conviver. Simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!”. Temos de aprender com os desafios, para que que todos possamos sair melhores de tudo isso. Será que essa “parada obrigatória” não quer nos dizer alguma coisa em relação à forma com que estamos tratando nossos idosos? – analisa Daniela.