
Espalhadas por todo o estado de São Paulo, 85 estações de monitoramento da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) analisam o que está no ar que a população respira. Dessas, 62 são automáticas, com medição em tempo real, e outras 22 funcionam de forma manual, com coletas físicas e análises em laboratório.
Juntas, formam uma rede de vigilância da qualidade do ar que orienta decisões de saúde, meio ambiente e prevenção, e ganha ainda mais importância nos períodos de estiagem, quando as condições climáticas podem dificultar a dispersão de poluentes.
Instaladas em pontos estratégicos de grandes cidades e áreas industriais, essas estações medem, de forma contínua, a concentração de seis poluentes principais: material particulado (como poeira e fuligem), ozônio, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e monóxido de carbono. A qualidade do ar em cada estação é determinada pelo poluente de pior situação.
“Essas estações representam o que a população está respirando, 24 horas por dia. Elas captam o ar, processam os dados e nos mostram se o ambiente está seguro ou se exige cuidados”, explica Maria Lúcia Guardani, gerente da divisão de Qualidade do Ar da Cetesb.
Boletim diário e mapa interativo
Todos os dias, às 11 da manhã, a Cetesb divulga um boletim oficial com a média das últimas 24 horas e a previsão para o dia seguinte, indicando se o tempo vai ajudar a dispersar a poluição ou não.
Esses dados são públicos e estão disponíveis no site da Cetesb e no aplicativo “Cetesb”, para celulares. O público pode acompanhar tudo por um mapa interativo da qualidade do ar, onde dá para:
- Escolher sua cidade;
- Ver a cor que representa o ar naquele momento;
- Conferir orientações de saúde para cada nível.
O sistema funciona como um “semáforo do ar”:
🟢 Verde = boa qualidade
🟡 Amarelo = moderada
🟠 Laranja = ruim
🔴 Vermelho = muito ruim
🟣 Roxo = péssima
Quando a qualidade do ar requer medidas preventivas
“Alguns poluentes são invisíveis, mas afetam diretamente a nossa saúde. Acompanhar a qualidade do ar ajuda a prevenir problemas respiratórios e adotar hábitos mais conscientes”, reforça Guardani.
A Cetesb tem um protocolo de emergência quando a poluição ultrapassa certos limites. Isso é comum em dias secos, sem vento ou queimadas. Esses episódios são classificados em três níveis:
- Estado de Atenção: quando a qualidade do ar chega a níveis muito ruins e o tempo vai continuar ruim para dispersar a poluição.
- Estado de Alerta: se a concentração de poluentes subir ainda mais e persistirem as condições desfavoráveis.
- Estado de Emergência: quando a situação é extrema e representa risco direto à saúde da população.
Como saber quando isso acontece?
A Cetesb mede poluentes como o dióxido de nitrogênio (NO₂), presente nos escapamentos dos carros. O limite seguro é de até 320 microgramas por metro cúbico (µg/m³). Se esse valor for ultrapassado, entra o Estado de Atenção. Passando de 640 µg/m³, entra o Alerta. E acima de 1130 µg/m³, é decretada Emergência, com risco real à saúde.
O que muda nesses casos?
- Atenção: a recomendação é evitar exercícios físicos ao ar livre. Grupos vulneráveis devem ficar em ambientes fechados.
- Alerta: são adotadas restrições temporárias em indústrias e no tráfego.
- Emergência: atividades poluentes podem ser suspensas imediatamente.
Em 2024, foram registrados cinco casos de Estado de Atenção em São Paulo, Mauá, Santa Gertrudes e Cubatão. Os principais fatores: tempo seco, indústrias e aumento de queimadas.
Com informações: Imprensa-Cetesb