São Paulo, 11 de dezembro de 2024 – Somente em 2024, nove emergências envolvendo caminhão, carreta e ônibus, com risco de acidentes graves, foram evitadas na serra da Rodovia Anchieta (SP-150), no sentido litoral, que recebe mais de 10 mil veículos pesados por dia. Nessas situações, os motoristas utilizaram as rampas de escape — dispositivos projetados para garantir a segurança viária e proteger a integridade física e material dos envolvidos ao identificarem panes ou problemas mecânicos.
Trata-se de uma solução eficaz, semelhante a uma caixa de areia, com inclinação contrária à pista e preenchida com argila expandida. Isso permite que veículos pesados afundem e parem em poucos metros ao entrarem nesse tipo de solo.
O método pioneiro no Brasil foi implantado pela Ecovias, concessionária responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI). A primeira área de escape começou a funcionar em março de 2000, no km 42,6 da via Anchieta. Em 27 de agosto de 2014, a segunda rampa entrou em operação no km 49. Essas estruturas já preveniram 968 acidentes potencialmente fatais.
Mais recentemente, entre 2022 e 2024, os dispositivos foram acionados 74 vezes na rodovia, sendo 25 ocorrências envolvendo carretas; 17 com caminhões e uma com ônibus. Motoristas de carros, motos e utilitários também utilizaram as rampas em situações de emergência, totalizando 31 acionamentos no período.
A inclinação e a extensão da pista exigem muito dos freios, que, se não estiverem em dia com a manutenção ou forem usados incorretamente, podem ficar sobrecarregados. Assim, falhas nos freios, perda de controle e problemas mecânicos estão entre as principais razões para a utilização das rampas.
De acordo com o supervisor de Operações da ARTESP – Agência de Transportes do Estado de São Paulo, José Tavares de Morais Filho, a rampa de escape é uma medida crucial para a segurança viária dos motoristas que utilizam a Rodovia Anchieta.
“Os veículos pesados podem ficar desgovernados e ocasionar acidentes de grande potencial de risco, como colisão lateral, traseira, tombamento, choque etc. Assim, veículos que estiverem com excesso de velocidade e com problemas mecânicos em trechos em declive, devem utilizar a área de escape para mitigar o risco de acidentes”, explica.
Estrutura das rampas
Cada instalação possui um metro de profundidade, 85 metros de extensão e cinco metros de largura, facilitando o acesso das equipes de resgate para assistência imediata em caso de acidentes. Além disso, as rampas contam com um sistema de drenagem e armazenamento para situações envolvendo carga líquida, prevenindo danos ambientais.
Esses equipamentos fazem parte do esforço contínuo da concessionária para reduzir o número de acidentes e mortes nas rodovias do SAI. Por meio do Programa de Redução de Acidentes (PRA), locais com maior risco de acidentes são analisados para identificar possíveis ações preventivas.
Sinalização
Na serra da Anchieta, onde as rampas estão localizadas, são instaladas cerca de 20 placas indicativas de velocidade máxima e 15 sinalizações proibindo caminhões na faixa da esquerda. O trecho também conta com 12 radares, sendo cinco específicos para fiscalizar essa prática, com velocidades máximas de 30 km/h para caminhões bitrem e cegonhas, e 50 km/h para os demais.
Com informações: Artesp
Foto: Ecovias