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Saae rebate afirmação de que água da cidade tem contaminação por agrotóxicos

JOSEANE MIRANDA

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Indaiatuba (Saae) negou contaminação por agrotóxicos na água distribuída à população de Indaiatuba. A resposta ocorre após publicação de reportagens baseadas em relatório com informações do Ministério da Saúde que afirma que há contaminação de um em cada quatro cidades brasileiras com diferentes tipos de agrotóxicos. No caso de Indaiatuba, segundo o relatório, as supostas contaminações seriam por 11 agrotóxicos em quantidade maior do que o permitido por países da Europa e altamente tóxicos. Países desenvolvidos têm legislação mais rígida em relação a produtos para consumo humano.

A assessoria de imprensa do Saae afirmou que acredita em “má interpretação dos dados” e disse que “está questionando as reportagens”. A investigação que gerou o relatório foi feita de forma conjunta por Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye e foram baseadas em informações do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento de água de 1.391 municípios do país. 

Em nota a autarquia afirmou que “as informações de que a água tratada distribuída pela autarquia possui agrotóxico está equivocada”. “São enviados mensalmente, desde 2008, ao Sisagua os resultados das análises que são solicitadas pelo órgão, e semestralmente as que avaliam agrotóxicos. As análises são realizadas por laboratório contratado certificado pelo Inmetro (ABNT NBR ISO 17025) ”. Ainda segundo o Saae, em nenhuma análise foram “identificados, tanto em água bruta, quanto em água tratada (principalmente) agrotóxicos”. 

As empresas são obrigadas a realizar os testes sobre os pesticidas encontrados. O Saae afirmou em nota que “os laboratórios contratados possuem seu Limite de Quantificação bem pequenos justamente para que haja uma margem de segurança nos resultados, em relação aos limites estabelecidos na legislação. Ou seja, o limite de quantificação mostra qual o menor valor que um laboratório consegue quantificar para aquela substância.

“Por exemplo, o limite que a legislação determina para o agrotóxico Alaclor é de 20 µg/L, e a quantificação contratada é 0,003 ug/L. A água analisada sempre apresentou um valor abaixo do quantificado. A autarquia ainda informou que pode afirmar que nossa água tratada não apresenta agrotóxico, e estamos questionando os dados publicados pela matéria. Acreditamos que houve má interpretação dos dados disponíveis no Siságua”.

A nota termina com o Saae afirmando que “a água distribuída, além de ser potável e de qualidade, possui flúor e hidróxido de cálcio que além de corrigir o pH da água, auxilia na manutenção óssea”. 

Relatório

Segundo dados divulgados foi encontrada a presença de 27 tipos diferentes de agrotóxicos em análise da água de Indaiatuba. Destes, 11 são classificados com a cor vermelha como associados a casos de doenças crônicas câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos. Esses 11 produtos químicos, segundo o relatório, teriam sido identificados análises acima do limite considerado seguro na Europa, por exemplo. Os outros 16 estão classificados na cor amarela.

foto: arquivo/divulgação