Polícia

São Paulo tem déficit de 260 peritos criminais

A Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) tem hoje um deficit de 260 peritos criminais em todo o estado. Segundo dados disponibilizados pela instituição no Diário Oficial do Estado, 1475 peritos estão na ativa, distribuídos entre a Capital, Região Metropolitana de São Paulo e Interior. 

“Ao todo, são 1.735 vagas disponíveis, mas o deficit só cresce ano a ano porque a baixa remuneração está levando muitos peritos a solicitarem aposentadoria ou a mudar de estado, a procura de rendimentos melhores”, afirma Eduardo Becker, presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP).

Em setembro do ano passado, o deficit de profissionais era de 148. Na ocasião, a defasagem havia mais que dobrado em relação a julho, quando havia 70 cargos vagos. “Essa defasagem tende a crescer porque as condições de trabalho estão cada vez mais precárias e a categoria não tem reajuste salarial”, completa Becker.

Ao longo dos últimos anos, a classe soma uma desvalorização salarial de 69%. Além disso, a defasagem de peritos sobrecarrega os que estão na ativa, provocando acúmulo de funções. “A pressão sobre os servidores que estão na ativa só aumenta com o déficit de profissionais e, por causa da crise desencadeada pela pandemia, o governo já falou que não há previsão para a abertura de novos concursos”, completa Becker.

Reportagem publicada pelo site UOL revelou que o coronavírus matou mais policiais paulistas que a violência urbana durante o ano de 2020. No ano passado, 22 agentes de segurança morreram em confrontos com criminosos durante o serviço, enquanto a Covid-19 matou 43 profissionais. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Apesar de desempenharem função essencial, peritos criminais são expostos diariamente a riscos de contaminação, atendendo vítimas de crimes e seus familiares, além de manipular cadáveres tendo contato direto com secreções biológicas, como sangue, fezes, urina, vômitos. Por isso, o SINPCRESP solicitou, em dezembro, a inclusão da categoria no grupo prioritário, mas não foi atendido. “Isso, somado ao deficit de pessoal, sobrecarga de trabalho e defasagem salarial, demonstra o descaso do governo com a segurança dos servidores”, finaliza o presidente do Sindicato.

Com informações : Sindicato dos Peritos do Estado de São Paulo

Foto: arquivo/Comando Notícia