Sem conseguir engravidar, casal de Indaiatuba realiza sonho ao adotar 4 irmãos: ‘A gente escolheu ser família’
O que começou com um sonho da influenciadora digital Fernanda Fabris, passou pela frustração após inúmeras tentativas de engravidar e acabou na adoção de quatro irmãos por meio da iniciativa “Adote um boa noite”, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Moradora de Indaiatuba (SP), Fernanda tinha o sonho de ser mãe. Após algumas tentativas, ela e o marido chegaram a fazer exames, mas sequer descobriam o motivo de não conseguirem engravidar. “Era uma coisa muito dolorosa pra gente”, disse.
As pessoas perguntavam sobre quando o bebê chegaria e aquilo só piorava. Ela não se sentia completa sem filhos. Em 2018, fez outro tratamento sem sucesso, e o médico indicou a fertilização in vitro. Ela decidiu não fazer porque, caso não desse certo, ficaria muito frustrada e triste.
Resolveu dar um tempo e não pensar mais no assunto. Em 2019, o marido foi em um abrigo levar ovos de Páscoa e voltou falando, com muita alegria, de um menino de 5 anos. Neste momento, a esposa viu que ele estava pronto para repensar a adoção.
Ela começou a pesquisar sobre a documentação e viu o site do TJ-SP, que mostrava fotos de crianças de abrigos. “Eu fui olhando as fotos e na penúltima foto, eu vi os meus filhos. E quando eu vi os meus filhos, eu imediatamente disse meus filhos”, declara.
O casal, então, iniciou o processo de adoção. Quando estavam quase desistindo porque não conseguiram contato, a Vara da Infância e Juventude ligou para saber. Ela conta que escolheu uma roupa para parecer séria e até treinou o que falaria na entrevista.
Foi combinado que eles conheceriam as crianças informalmente no abrigo. Lá, o menino Fabrício, de 8 anos, chamou Fernanda de mãe.
Demissão do marido
No mesmo dia que eles disseram que iam dar continuidade no processo, o marido de Fernanda foi mandado embora do trabalho.
Mesmo assim, o casal não quis desistir da adoção dos quatro filhos. O marido começou pegar bicos que apareciam. “A gente não tem o direito de despertar o amor numa criança e depois abrir mão dessa criança”, definiu Fernanda.
Quando eles chegaram em casa, começou a fase de testes. “A criança vai testando o amor, a confiança, os limites, a credibilidade daquela família. Falar de amor pra uma criança que não conhece isso, é um coisa muito abstrata. Cada criança no seu tempo formou o vínculo afetivo.”
A Flávia, de 12 anos, foi a que demorou mais tempo para se adaptar às mudanças. Ela pediu para voltar para o abrigo dois dias antes da assinatura do documento final de adoção.
A família concluiu o processo, sem saber se ela aceitaria a adoção. Mas com o tempo, tudo foi se ajeitando. “Aquele medo parou de ser um medo e se tornou uma felicidade, um amor por eles”, contou Flávia.
Hoje, ela agradece por ter um lar, pais carinhosos e a companhia dos irmãos Fabrício, de 8 anos; Arthur, de 5; Flávio, Flávia de 12 e Flávio de 14. “A gente escolheu ser uma família e isso quer dizer que a gente vai estar junto pro resto da vida, independente do que acontecer”.
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Fernada Fabris e os quatro filhos em Indaiatuba — Foto: Reprodução
Com informações: G1 Campinas
Foto: Reprodução
