Polícia

“Sinto muito orgulho de falar que sou mulher e policial”, a ação das mulheres na segurança

HUGO ANTONELI JUNIOR

INDAIATUBA – Há três anos, Andressa Arantes nem imaginava que a vida daria um salto para caminhos bem diferentes do que ela estava. Cursando arquitetura, ela resolveu mudar de ares e prestar concurso para a Polícia Militar e hoje atua no posto da Rodoviária que fica no quilômetro 60 da rodovia Santos Dumont, a SP-75, principal via rápida de Indaiatuba.

“Tenho muito orgulho de falar que sou mulher e policial. Se eu pudesse dar um conselho para as mulheres que querem ser policiais, diria para insistir. Tem que gostar, porque são muitas adversidades, mas no final é extremamente gratificante”, afirma ao Comando Notícia.

Patrulhar e apoiar em rodovias não foi a primeira opção. “Na verdade eu nem pensava nisto, mas quando conheci algumas pessoas, conversei, resolvi vir para a Rodoviária porque me identifiquei. Vem mudando muito a atuação da mulher nesta área, você não via muitas antes, até porque era um patrulhamento solitário e à noite, mas como hoje é em duplas, tem mais”, diz.

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A mudança brusca de área não foi apenas surpresa para ela, mas para a família que não tem tradição dentro da polícia. “Ninguém é ou foi policial. Para eles, no começo, foi um choque. Mas hoje eles enxergam de forma diferente, sentem orgulho porque eu conto sobre a minha rotina e aqui a gente trabalha mais com pessoas de bem, digamos assim, é menos com criminalidade e mais operacional como atendimento de acidentes, fiscalização de trânsito”, conta.

A área coberta pelo posto do quilômetro 60 vai do 46, na Toyota, até o 77, já dentro de Campinas. “Mas se estivermos no acompanhamento, como às vezes acontece, a gente continua e até dentro da cidade também, sempre pedindo apoio, cobertura”, diz. A policial também afirma nunca ter sido desrespeitada. “Precisamos nos impor. Como não temos a força física de um homem, temos que nos impor de outras formas.”

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A mudança na Polícia Rodoviária trouxe mais mulheres e, com isso, mais vaidade. “Não pode ter o cabelo solto, segundo o nosso regimento, só se ele for até o pescoço. Antes só podia unhas pintadas de vermelho, mas agora liberou algumas outras cores também. No caso da maquiagem tem que ter. Batom vermelho, brincos de bolinhas com um tamanho adequado e assim por diante”, revela.

As ocorrências dentro da rodovia também são diferentes. “Geralmente é fiscalização, mas sempre ocorre das pessoas fugirem. Normalmente é por causa de Carteira de Habilitação vencida, mas recentemente teve um caso de um foragido que foi acompanhado e abordado na estrada velha de Indaiatuba-Campinas depois de desobedecer o sinal de parada”, diz.

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Em maio faz um ano que Andressa trabalha no posto que a fez mudar da região de São José do Rio Preto para Campinas. Voltar para a faculdade de arquitetura? “Acho que não”, responde, aos risos. “É difícil ficar longe de casa, mas é gratificante quando as pessoas elogiam, falam que admiram, quando as crianças pedem para tirar foto. Como a gente trabalha dois dias seguidos, um durante o dia e no outro à noite e folga 48 horas, acabo indo para casa matar as saudades”, conta. “Mas quando a gente precisa ficar por aqui, Indaiatuba é uma boa opção para passear”, encerra.

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fotos: Comando Uno/Comando Notícia