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Sorocaba investiga duas suspeitas de febre amarela; Ministério da Saúde faz alerta por vacina

Rio de Janeiro - Rio Imagem abre posto de vacinação contra a febre amarela, no centro do Rio, com funcionamento das 7 às 22h. (Tomaz Silva/Agência Brasil)

A Secretaria da Saúde de Sorocaba, no interior de São Paulo, investiga duas suspeitas de febre amarela. De acordo com a prefeitura, um homem de 52 anos e uma mulher de 45 anos estão internados com sintomas compatíveis com a doença, que abrangem febre súbita, calafrios, dores no corpo, fadiga e náuseas, entre outros. 

Em nota encaminhada à Agência Brasil, a pasta informou que a Vigilância Epidemiológica acompanha ambos os casos, a fim de descartar ou confirmar o diagnóstico apontado, por meio de exames.

A febre amarela tem dois ciclos epidemiológicos, o silvestre e o urbano. Nas duas circunstâncias, quem transmite o vírus ao ser humano são mosquitos. Na América Latina, as espécies presentes no primeiro ambiente são o Haemagogus e o Sabethes. Já na zona urbana, o vetor é o Aedes aegypti.

A prefeitura de Sorocaba comunicou ter destacado equipes da Divisão de Zoonoses para realizar vistorias residenciais, com o objetivo de refrear a proliferação de Aedes aegypti, por meio da eliminação de criadouros. A prefeitura alerta que a imunização é a melhor forma de se prevenir contra a doença. A vacina está disponível nas 32 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que compõem a rede de atendimento.

Notificações

Há um mês, a Secretaria de Saúde de Sorocaba recebeu 15 notificações da doença no município, mas apenas um caso foi confirmado e classificado como importado. O paciente havia sido infectado no município paulista de Cajati, a cerca de 200 quilômetros de Sorocaba. Em informe, a pasta destacou que, na época, 12 casos foram descartados e outros dois estavam sendo averiguados.

Em boletim epidemiológico, que complementa as informações da prefeitura, a Secretaria de Saúde do estado de São Paulo informa que, de janeiro a novembro de 2019, confirmou 67 casos autóctones na região, dos quais 13 resultaram em óbito. No período, descartaram-se 644 suspeitas.

De 2010 a 2015, nenhum caso foi registrado no estado. Em 2016, a doença reapareceu, com três episódios, todos terminando em morte. No ano seguinte, contabilizaram-se 75 casos, número que subiu quase sete vezes em 2018, quando chegaram a 503.

“Desde 2016, a febre amarela reemergiu e avançou em sua área de ocorrência e detecção no Estado de São Paulo. Atualmente, todo o território paulista é considerado área de risco e, portanto, área com recomendação de vacina”, disse a secretaria estadual em boletim.

Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde alerta quem ainda não se vacinou contra a febre amarela a buscar a imunização contra a doença. O alerta é dirigido especialmente à população das regiões Sul e Sudeste, que estão no centro da atenção dos especialistas depois que 38 macacos contaminados morreram nos estados do Paraná, de Santa Catarina e São Paulo.

Ao todo, 1.087 notificações de mortes suspeitas de macacos foram registradas no país. Os dados são do boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (15) pelo Ministério da Saúde, que apresenta o monitoramento da doença de julho de 2019 a 8 de janeiro deste ano. O alerta se dá porque o Sul e o Sudeste são regiões de grande contingente populacional e baixo número de pessoas vacinadas, o que contribui diretamente para os casos da doença.

O público-alvo para vacinação inclui desde crianças a partir de 9 meses de vida até pessoas com 59 anos de idade que não tenham comprovante de vacinação. Neste ano, as crianças passam a receber um reforço da vacinação aos 4 anos de idade.

foto: divulgação