MARCOS KIMURA*
O encerramento da saga que durou quatro décadas monopoliza as atenções dos cinéfilos neste final de 2019. “Star Wars: A Ascensão Skywalker” chega aos cinemas de todo o planeta prometendo dar um desfecho não apenas à trilogia iniciada por J.J. Abrams em 2015 (e que agora volta à cadeira de diretor) como também à história dos Skywalker criada por George Lucas no longínquo ano de 1977. Os outros lançamentos ficam ofuscados por este filme-evento, mas inclui a versão para a telona do musical da Broadway “Cats” e a animação “Playmobil – O Filme”.
“Star Wars”, que chegou ao Brasil apenas em janeiro e 1978 com o título “Guerra nas Estrelas”, é a segunda franquia cinematográfica mais lucrativa da história (atrás, obviamente, da Marvel/Vingadores). Para cinéfilos e críticos de arte velhos, como o finado Paulo Francis, o filme depois chamado de “Uma Nova Esperança” inaugurava uma era em que Hollywood passou a privilegiar o público infanto-juvenil, enquanto que para a geração que cresceu na década seguinte, ali começava o Império da Cultural Pop.
Misturando tudo o que ele mais gostava no cinema – seriados de cinema, capa-e-espada, faroeste e Akira Kurosawa – , com uma religião criada pelo especialista em mitos Joseph Campbell, mais efeitos especiais que não existiam até então, George Lucas criou um mundo que seduziu todo mundo que ainda não tinha 18 anos então, e fez que estes permanecessem fiéis à Força mesmo durante os longos intervalos entre as trilogias 1977-1980-1983, 1999-2002-2005 e 2015-2017-2019.
Quando deixamos nossos personagens em “Os Últimos Jedis”, apesar da retirada em tom de vitória da Resistência, a Última Ordem, sob o comando de Kylo Ren (Adam Driver, cotado ao Oscar, mas por “História de um Casamento”) domina a galáxia. Apenas a lenda deixada por Luke Skywalker parece manter acesa a esperança por dias melhores. É nesse contexto que veremos Rey (Daisy Ridley), Finn (John Byega) e Poe Dameron (Oscar Issac) e a General Leia Organa (Carrie Fissher, em participação póstuma) se prepararem para mais uma vez desafiarem a ditadura galáctica. Só que agora, além do neto de Darth Vader e do ambicioso general Hux (Domhall Gleason), um velho inimigo há muito desaparecido ressurge. Assim que voltar da pré-estreia na madrugada de quinta-feira, escreverei minhas impressões.
Gatos
Em “Vats”, uma tribo de gatos chamada Jellicles todo ano precisa tomar uma grande decisão em uma noite especial: escolher um dos gatos para ascender para o Heaviside Layer e conseguir uma nova e melhor vida. Cada um dos gatos conta a sua história para seu líder, o velho Deuteronomy, na tentativa de ser o escolhido.
Tom Hopper – de “O Discurso do Rei”, “Garota Dinamarquesa” e do abominável “Os Miseráveis” – reuniu um elenco estelar para adaptar o gamos musical de Andrew Lloyd Weber para o cinema: a popstar Taylor Swift, Idris Elba (“Círculo de Fogo”), Ian McKellen (“Senhor dos Anéis”), Judi Dench (“Shakespeare Apaixonado”), Rebel Wilson (“Missão Madrinha de Casamento”), Jennifer Hudson (“Dreamgirls”) e a primeira-bailarina do Royal Ballet, Francesca Hayward.
O primeiro trailer causou uma péssima impressão, a ponto do filme ser chamado o primeiro longa-metragem rodado com o filtro de gatinho do Instagram (genial!), mas as primeiras impressões das cabines dividiram opiniões. Em todo o caso, os fãs de musicais devem ao menos conferir o resultado.
Não é Lego
Marla está acostumada a cuidar do irmão mais velho, Charlie, até o dia em que os dois são transportados para dentro do universo mágico dos Playmobil. A garota embarca numa jornada de resgate com a ajuda de novos amigos encontrados pelo caminho, como o agente secreto Rex Dasher, o caminhoneiro Del, uma fada madrinha e um androide. Feito na cola do sucesso de “Uma aventura Lego”.
*Marcos Kimura é jornalista e curador do Cineclube Indaiatuba (SP).
foto: reprodução