
A fumaça do tabaco contém substâncias cancerígenas que provocam alterações nas células da boca, aumentando significativamente as chances de desenvolver câncer bucal |
São Paulo, junho de 2025 – O tabaco é um dos principais vilões da saúde bucal e está relacionado ao desenvolvimento de mais de 50 doenças, incluindo o câncer de boca. Segundo o Conselho Federal de Odontologia, as substâncias tóxicas presentes no cigarro podem provocar desde o escurecimento do esmalte dentário e da mucosa até doenças periodontais e tumores na cavidade oral. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para 2025 é de mais de 15 mil novos casos de câncer bucal no Brasil. A Dra. Fabiana Cavallini Magalhães, mestre e especialista em periodontia e prótese dentária na Clínica Omint Odonto e Estética, explica que a ligação entre o tabagismo e o câncer bucal está diretamente associada à ação da fumaça do cigarro. “Ela contém substâncias cancerígenas capazes de provocar alterações nas células da boca, mascarar os sinais iniciais da doença e dificultar o diagnóstico precoce”, afirma. A importância do acompanhamento odontológico A especialista ressalta que visitas regulares ao dentista são fundamentais para a detecção precoce do câncer bucal, já que muitos sinais da doença podem ser identificados em exames de rotina. Isso contribui para um diagnóstico mais rápido e reduz as chances de agravamento dos casos. Entre os sintomas mais comuns estão lesões persistentes, semelhantes a aftas, que não cicatrizam. “É importante também observar o surgimento de nódulos no pescoço, sangramentos na cavidade oral, dificuldade para abrir a boca ou mastigar, mobilidade ou perda de dentes sem causa aparente, mau hálito contínuo, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas e alterações na voz”, alerta Fabiana. Cigarro eletrônico também oferece riscos Engana-se quem acredita que apenas o cigarro tradicional prejudica a saúde. Os cigarros eletrônicos, como os vapes, cada vez mais populares entre os jovens, também apresentam sérios riscos. Dados do IBGE revelam que quase 17% dos adolescentes entre 13 e 17 anos já experimentaram esse tipo de dispositivo. “O vapor do cigarro eletrônico pode alterar a composição da saliva, reduzir seu fluxo e favorecer a formação do biofilme, uma película que se deposita sobre os dentes e facilita a proliferação de bactérias causadoras de cáries e doenças periodontais”, explica a especialista. Além disso, os líquidos utilizados nos vapes geralmente contêm açúcares, o que aumenta o risco de cáries. “O vapor inalado também pode conter substâncias que desmineralizam o esmalte, deixando os dentes mais frágeis”, acrescenta. Outro fator preocupante é que a exposição constante ao vapor quente pode ressecar a mucosa bucal, desidratar as gengivas e favorecer inflamações como gengivite e periodontite. |
Com informações: Tamer Comunicação -Tais Santos
Foto: Divulgação-PIXABAY