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Tarcísio admite que não irá investir em câmeras nas fardas de PMs e diz que equipamento não oferece segurança efetiva na vida do cidadão

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta terça-feira (2), em entrevista ao Bom Dia SP, que as câmeras nas fardas não oferecem segurança efetiva na vida do cidadão e admitiu que sua gestão não irá investir em novos equipamentos.

“A gente não descontinuou nenhum contrato. Os contratos permanecem. Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma.”

Policiais militares usam câmera corporal nos coletes dos uniformes na capital de São Paulo — Foto: Divulgação/PM SP

Policiais militares usam câmera corporal nos coletes dos uniformes na capital de São Paulo — Foto: Divulgação/PM SP

O uso do equipamento nos uniformes da PM em SP evitou 104 mortes, segundo levantamento da FGV em dezembro de 2022 e a letalidade dos policiais em serviço foi a menor da história no ano passado.

Durante a entrevista, Tarcísio defendeu o aumento de efetivo, com a contratação de mais policiais, e o investimento em tecnologia – mas não nas fardas dos policiais – para coibir a violência.

“Preciso investir pesado em monitoramento. Isso custa muito dinheiro. É a melhor aplicação do recurso que a gente está buscando para proteger o cidadão”.

Segundo o governador, o plano é ter mais cinco mil homens no Centro da capital paulista este ano e 500 viaturas atuando na região.

“Se você aumenta policiamento ostensivo, você vai fazer menos abordagem porque vai dissuadir o crime. E combinar mais investimento em iluminação pública para dissuadir o crime, porque iluminação pública afasta o criminoso”.

Ela disse ter conversado sobre o assunto com outros governadores, e pretendem apresentar um projeto pedindo o endurecimento da legislação penal para tentar resolver o problema. “Precisa aumentar o risco do crime. Impressiona a quantidade criminosos condenados pela Justiça soltos”.

 

Histórico

 

No final do ano passado, a gestão de Tarcísio cortou R$ 98 milhões de ações da pasta da Segurança Pública do estado e deixou de investir em programas importantes na área, como o Olho Vivo, responsável pelas câmeras corporais usadas pela Polícia Militar.

A atual administração tirou R$ 15 milhões do orçamento de R$ 152 milhões previsto para o programa neste ano, o que significa diminuição de cerca de 10% do valor destinado à manutenção das câmeras.

O Olho Vivo foi implantado em agosto de 2020 e começou com 585 câmeras acopladas aos coletes usados pelos policiais militares.

Em dezembro de 2022, no término do mandato de Doria e Garcia, a corporação contava com 10 mil equipamentos à disposição. Antes, testes foram feitos com policiais usando 30 unidades.

Com informações: g1 SP

Foto: Divulgação/Secom/GESP