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Tony Ramos vive “Getúlio” na fase mais paz e amor

por HUGO ANTONELI JUNIOR

Existem pelo menos duas fases de Getúlio Vargas. A golpista e autoritária e a mais “paz e amor”. Em “Getúlio”, filme disponível na Netflix, o presidente é retratado na fase menos ditatorial pelo sempre ótimo Tony Ramos. É uma ótima opção para conferir no final de semana, trazendo um filme nacional e histórico muito importante para entender um pouco sobre o Brasil. Confira outras dicas de filmes aqui.

A obra mostra os últimos dias de vida do presidente Getúlio Vargas, especialmente com foco no atentado ao opositor Carlos Lacerda, que pode ser considerado o vilão neste caso. É bom lembrar que a história se passa no ano de 1954, quando ainda não havia Brasília. A capital do país era o Rio de Janeiro. O que é hoje o Palácio do Planalto era o Palácio do Catete. E é de lá que o presidente precisa tomar as decisões para um Brasil em crise. Diferente de hoje, né?

Com direção de João Jardim Moraes, a obra tem como personagens centrais o Getúlio de Tony Ramos e a filha dele, Elvira, vivida de forma muito convincente por Drica Moraes, com certeza o destaque do filme. Lacerda é vivido de forma irritante, como deve ser, por Alexandre Borges. O “pai dos pobres” como Getúlio era conhecido, precisa se livrar da responsabilidade de um atentado que Lacerda tenta usar para derrubá-lo, mais um golpe.

Para isso há o conselho de generais, investigação, conspiração, chantagens e tudo em uma época quase que impensável, que a comunicação acontecia apenas pelo rádio, já que a televisão não era uma realidade no Brasil. É uma obra imperdível e rara, já que acabamos por contabilizar mais filmes sobre presidentes dos Estados Unidos do que sobre os presidentes do Brasil. É uma história necessária. Vale a pena.

fotos: reprodução