Esporte

Trio de amigas de Indaiatuba “paga promessa” e estreia na São Silvestre 2017

HUGO ANTONELI JUNIOR

INDAIATUBA – Geralmente quando chega dezembro a maioria das nossas promessas de ano novo foram esquecidas ou desistidas, mas para três amigas, 2017 será marcante por uma promessa que as levará para a capital paulista neste domingo, dia 31, participar da São Silvestre. Vivian Miranda, Natália Brito e Margareth de Souza são treinadas pela atleta de corrida Giovanna Martins e estrearão na mais tradicional corrida do Brasil. O Comando Notícia conversou com o trio e com a treinadora para saber detalhes da preparação.

“Decidimos logo no começo do ano que esta seria a nossa primeira São Silvestre”, conta Vivian, de 41 anos. “Sofri uma lesão”, conta Natália, de 33 anos. “Coloquei como minha recuperação completar a São Silvestre”, diz. “Decidimos encarar o desafio e acredito que estamos prontas”, afirma Margareth, de 43. Todas começaram a correr mais ou menos na mesma época, o segundo semestre de 2015.

A ansiedade toma conta das atletas estreantes. “Prestigio as corridas da região, mas por ser a minha primeira vez em uma prova tão famosa, isso acaba trazendo uma certa responsabilidade”, revela Vivian. “É um desafio colocar em prática todos os treinamentos que fizemos ao longo do ano”, afirma Natália.

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A treinadora das três, Giovanna Martins, também falou ao CN sobre os desafios da prova. “É a verdadeira festa do atletismo brasileiro, mas trata-se de uma prova de grau médio de dificuldade, devido ao trajeto com altimetria variada com subidas, descidas, planos e no asfalto das principais ruas da cidade de São Paulo”, diz. “É a prova com a maior prêmio em dinheiro, embora os brasileiros não estão muito contentes por terem cortado a premiação dos primeiros atletas brasileiros que cruzarem a linha de chegada”, conta.

Qualidade de vida

A rotina de Margareth teve diversas melhoras após o início dos treinos com o objetivo específico. “Principalmente na área cardiorrespiratória. Os treinos foram intensificados, a alimentação passou a ser mais saudável, e com isso vieram ótimos resultados como a perda de peso, perda da gordura corporal”, conta.

“Minha rotina e qualidade de vida mudaram quando comecei a treinar corrida, não especificamente para a São Silvestre, mas por saúde mesmo. E claro que isso reflete também na perda de peso”, diz Vivian. Para Natália também houve mudanças. “Alguns hábitos, principalmente. Melhorei a alimentação, rotina de exercícios e principalmente, foco em novos objetivos.”

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Elite e importância do profissional

O treinamento depende muito da categoria em que o atleta irá disputar, conforme explica Giovanna. “Para a Elite que querem obter um bom resultado ou até mesmo ser o campeão, o ideal é focar a prova e montar um ciclo específico de treino de seis meses e neste período ter esta prova como alvo”, revela.

“Para os atletas amadores, que são a maioria na São Silvestre, o ciclo específico de treino é de três meses de maneira progressiva, introduzindo treinos de intensidade (tiros longos e curtos), musculação voltada para resistência e potência, treino de força específica para corrida (tiro em rampa) e os ‘logões’ progressivos, é claro, com ajuda de um profissional de educação física. Se fizer tudo certo, pode entrar para festa e fechar o ano com chave de ouro.”

Agradecimentos

Cada uma das atletas fez uma lista de agradecimentos antes de partir para a São Silvestre.

Vivian: “Quero agradecer imensamente a minha treinadora Giovanna Martins e toda sua equipe, pela competência, incentivo e apoio. Sem ela, esse sonho chamado São Silvestre, não teria se tornado realidade.”

Natália: “Agradeço ao meu marido, amigos, familiares e toda à equipe Giovanna Martins pelo apoio durante esse processo de preparação e ao meu patrocinador, o Centro Médico Battistuzzi. Foi um caminho longo e, muitas vezes, difícil, mas nunca deixaram de me motivar para que eu pudesse chegar a mais essa conquista. Rumo aos 21 quilômetros em 2018.”

Margareth: “Primeiramente agradeço a Deus por me dar saúde e disposição para conseguir participar desta prova, a nossa coaching Giovanna Costa Martins e sua equipe que nos incentivou, treinou, corrigiu ao longo deste ano, ao doutor Sérgio Falcão Rollo Neto que cuidou da minha alimentação e suplementação para que chegasse bem para esta prova, e especialmente ao meu marido e as minhas filhas que me apoiaram quando decidi participar da São Silvestre e sempre compreenderam minhas ausências nas manhãs dos finais de semana quando estava treinando. Agora um novo desafio para 2018 é concluir minha primeira 1/2 maratona.”

São Silvestre

são silvestreNo ano de 1924, o jornalista Casper Líbero voltou de uma viagem à França maravilhado com uma corrida noturna em que os competidores carregavam tochas ao longo do percurso. Empolgado com o evento e apaixonado pelo esporte, resolveu promover uma corrida a ser realizada na virada daquele mesmo ano. Em 31 de dezembro de 1924, apenas quarenta e oito dos sessenta competidores compareceram na primeira edição da Corrida de São Silvestre.

O percurso de 15 km foi implantado em 1991 e costuma ser alterado a cada ano. O percurso de 2017 passou por pequenos ajustes para a área de dispersão da prova aumentar. O primeiro deles foi na largada, a ser dada ainda na Paulista, mas entre a rua Frei Caneca e a Augusta, um pouco à frente do local de 2016. O segundo foi na região central, na região do largo do Arouche, onde foi criado prolongamento com as ruas Rego Freitas, General Jardim e Bento Freitas. O último foi também na zona central, na região da biblioteca Mário de Andrade. Saíram as ruas Sete de Abril e Doutor Bráulio Gomes, ali não havendo substitutas, retificando o trecho na Coronel Xavier de Toledo.

fotos: arquivo pessoal/reprodução