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Um ano depois, esposa, amigos e pacientes homenageiam médico Mário Hiroshi

HUGO ANTONELI JUNIOR/COMANDO UNO

INDAIATUBA – Todos os dias, funcionários de uma clínica na avenida Ário Barnabé, no Jardim Morada do Sol, esperam uma presença divertida e muito querida. “Parece que a qualquer momento ele vai surgir na porta sorrindo e brincando com a gente”, diz um deles. Mas infelizmente este encontro não é mais possível. Há exatamente um ano, o médico Mário Hiroshi Harima foi vítima fatal de um acidente no litoral de Itanhaém. O Comando Notícia conversou com a esposa, amigos e pacientes que relembraram os momentos que viveram ao lado do profissional.

“A minha esperança é um dia eu encontrá-lo”, afirma a esposa Marcia Regina Menucelli Harima. “Tenho certeza de que Jesus vai voltar e eu vou poder me encontrar com ele. É muito triste ficar sem ele, mas confio nos propósitos de Deus e tudo na vida é um aprendizado”, completa. A viúva diz que ele tinha dois amores, a profissão e a pesca. “Ele nunca reclamou de ter que ir trabalhar no dia seguinte. Era tudo de bom, ótima pessoa, cristão, bom médico. São tantas coisas boas que nem dá para falar tudo.”

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Última foto que o doutor Mário tirou com vida.

Ela lembra da última vez que falou com ele. “Eu estava indo para a igreja e ele saindo para pescar. Antes, tinha me falado que achava que não ia pescar porque já tinha ido na semana anterior, ido à praia. Na outra semana íamos viajar de novo”, conta. “Ele me falou que não ia porque não tinha trabalhado no sábado anterior, aí eu disse para ele que tinha que ir, aproveitar, fazer o que quisesse e trabalhar depois.”

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Porta que os funcionários olham e lembram do médico.

O parceiro de profissão Ary Magnusson Junior que herdou algumas das pacientes de Mario conversou com o Comando Notícia e falou sobre a luta que ambos tiveram para entrar na medicina. “Nós não éramos de família tradicional de médicos. Para você ter ideia, o Maria era porteiro no Objetivo de Campinas e os funcionários tinham direito de fazer cursinho à noite. Ele trabalhava durante o dia e fazia à noite. Tentou entrar para a medicina, mas não tinha dinheiro e só conseguiu um ano depois”, conta.

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Ele também lembra da última vez que conversou com o amigo. “Foi uns três dias antes do acontecido. Se tinha uma coisa que ele gostava era de pescar em alto mar. Até me chamou para ir, mas não consegui, passei muito mal. Era um hobby, talvez o único que eu conhecia dele”, afirma. “Pelas pacientes que herdei dele, vi que era muito querido, era parceirão, psicólogo. Nem mudei a sala dele aqui, onde atendo, mantive o jeito que ele deixava.”

Lembranças e legado

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Sala continua da mesma forma que ele usava.

A esposa afirma que ele conhecia muitas pessoas. “Tinha bastante influência. Acho que ele ia querer ser lembrado como profissional. Foi bom para muitas pessoas, cumpriu o trabalho dele, mas foi embora muito cedo.Foi também um segundo pai para as minhas filhas e estava sempre pronto para atender as pessoas. Ele atendia as pessoas no melhor sentido da palavra atender, ajudar, resolver a situação.”

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Quadro da clínica continua com o nome do doutor Mário.

O amigo concorda com a esposa no destaque que o doutor Mario deixa. “Fazia o que gostava e não era por dinheiro. O dinheiro era uma consequência. A gente gostava de fazer. No final do ano vinha meia leitoa, uma caixa de uva. Não era o valor, era o reconhecimento. Hoje em dia o paciente chega e fala que ele que paga o seu salário e que tem que receitar aquele exame e pronto.”

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“A gente corre tanto e nestes momentos acaba lembrando com mais carinho. Mario foi um paizão, maridão para as duas esposas que teve. Tenho saudade. Não tem como esquecer. O hospital, esta sala. Realmente vai ser uma lembrança eterna enquanto a gente estiver aqui”, encerra.

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Mensagem da atual secretária da Saúde sobre a carreira dele.

Depoimento de pacientes

Elisângela Caldeira Dos Santos

“Ele fez o parto dos meus dois filhos. O primeiro correu tudo bem, já a minha segunda gravidez deu muitos problemas se não fosse ele, eu e minha filha não estaríamos aqui. Eu tive pressão alta e diabetes na gravidez. Ele chegou a falar pra minha família que iria fazer de tudo pra salvar a mim e a minha bebê, mas poderia falecer as duas. Deu tudo certo graças a Deus a minha pressão não subiu na hora do parto e correu tudo bem. O doutor Mario representou  tudo pra mim afinal eu nasci de novo e salvou minha filha que hoje está com 4 anos.”

Suzan Jaíne Silva
“Ele era um amor de pessoa tanto como no seu trabalho quanto como uma pessoa normal. Ele sim fazia o seu trabalho com muito amor e dedicação, exemplar em tudo. Atencioso com seus pacientes, brincalhão, é uma pena ter acontecido isto logo com ele, mas Deus sabe o que faz. Considero ele muito importante na minha vida pois ele que fez a cesárea da minha mãe quando eu estava vindo ao mundo e também fez a minha cesárea trazendo a minha princesa ao mundo. Sou muito grata por ele, ele faz muita falta, conheço várias pessoas que amavam ele e falavam super bem dele, nunca na minha vida ouvi falar um mal dele. Graças a deus que tive o privilégio de conhecê-lo.”
Sônia Arcanjo
“Falar dele pra mim é um orgulho. Só tenho coisas boas pra falar dele. Fui paciente dele desde meus 16 anos. Era um amigo da família. Excelente profissional e ótimo conselheiro. Deixou muitas saudades”

Sueli Teixeira

“Conheci em 2014 e era um médico muito atencioso, carinhoso e muito rígido. No ano de 2006 fiquei grávida e ter um ginecologista por perto era muito bom. Quando comecei perder líquido fui para o hospital, e não queria pegar ele pois achava ele muito chato, mas chegando lá me deparo com ele, que estava de plantão. Isso era de manhã fui atendida por ele. Voltei para casa e depois comecei a perder líquido e voltei novamente, ele me examinou, disse que rompeu a bolsa. Fui internada, passei a noite toda com dor mas ele e a enfermeira que estavam de plantão foram uns anjos que cuidaram de mim. Meu primeiro filho, nem tinha noção como seria, mas às 5h22 do dia 22/06/2007 veio ao mundo Matheus Henrique, trazido pelo nosso eterno doutor Mário. Eu tinha consulta com ele agendada uma semana depois que ele morreu, para o dia 22.”
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Sonia Garcia Mattos
“O doutor Mario foi meu médico por mais de sete anos, aliás o único médico ginecologista que passava periodicamente. Se tornou meu amigo, conselheiro, psicólogo, sempre me tratou com muito respeito. Me lembro que uma época que eu estava noiva, ele me deu conselhos sobre casamento, eu o via como um amigo mais velho e às vezes ele falava sobre a Bíblia enquanto estava me examinando. Era um ser humano muito especial, eu sempre saía do seu consultório com alguma palavra positiva ou algum conselho que me dava e o admirava muito pelo seu caráter, profissionalismo e a pessoa excepcional que ele era. Foi lastimável sua perda, mas acredito que enquanto viveu foi o melhor que poderia ser em humildade, humanidade e simplicidade.”

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fotos: Comando Uno/Comando Notícia