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Unesp de Sorocaba desenvolve repelente menos agressivo contra o Aedes aegypti

Quase dois mil casos de dengue e uma morte foram confirmados em Sorocaba (SP) neste ano. Pensando neste cenário, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com outras instituições, pretendem desenvolver um repelente com menos substâncias químicas e mais tecnologia para combater o mosquito Aedes aegypti, que é transmissor da doença.

Segundo a Unesp de Sorocaba, a pesquisa tem como foco pessoas que não podem usar os repelentes comuns, como gestantes e bebês. A ideia é criar uma alternativa menos agressiva para a saúde.

Em entrevista, o pesquisador responsável, Leonardo Fernandes Fraceto, conta que o projeto começou há quase quatro anos e que os resultados estão avançados. No laboratório, o repelente testado na versão em spray e gel é composto por partículas invisíveis a olho nu.

“O produto vem sendo desenvolvido principalmente como repelente de Aedes aegypti, que é justamente o vetor dessas doenças, como zika, dengue, febre amarela e chikungunya. O objetivo é que esse produto tenha uma tecnologia que seja capaz de fazer com que esse repelente seja liberado de uma maneira lenta e possa ficar funcionando por mais tempo”, explica Leonardo.

Ainda segundo o pesquisador, o produto leva mais componentes naturais e sintéticos e deve ter cinco vezes menos substâncias tóxicas, em comparação com outros produtos já existentes no mercado.

A farmacêutica Carolina Rogério explica que o objetivo é garantir mais segurança, principalmente para as crianças e gestantes.

“Nosso projeto tem como objetivo um repelente que possa promover uma segurança para as pessoas que estão em risco, ou seja, um repelente que tenha menos toxidade, mas que, ao mesmo tempo, tenha um efeito prolongado, que ele continue protegendo a pessoa por mais horas e mesmo contendo uma dosagem menor de ativos”, afirma Carolina.

O repelente nanotecnológico já passou por algumas fases e está sendo desenvolvido em pequena escala. Há uma parceria com uma empresa particular em Araçoiaba da Serra (SP). A próxima etapa é que o produto seja testado também em pessoas.

“Nosso repetente é feito a partir de nanotecnologia, que seria encapsular os ativos em cápsulas bem pequenininhas capazes de fixar na pele e liberar o ativo com o decorrer do tempo. Então, você não vai estar sempre em contato com a luz alta de ativo. Porém, vai estar frequentemente protegido”, conta Carolina.

O projeto é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico, Ministério da Saúde e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. São 30 pessoas de várias partes do Brasil que fazem parte da equipe.

“A ideia é que, a partir desse projeto, a gente possa, com parceiros, desenvolver isso em escala industrial e no futuro não muito distante a gente conseguir que esse produto vá para o mercado”, finaliza Leonardo.

 

Foto: divulgação.

Com informações de G1 Sorocaba.