Os vereadores Márcio Conrado (PTC), Cícero Granjeiro Landim (PSB) e Edemilson Pereira dos Santos (DEM), na quinta-feira (23), protocolaram “Termo de Ofício de Comunicação” na Promotoria de Justiça da Comarca de Salto sobre a presença de carrapato-estrela em regiões da cidade e consequente falta de ações públicas municipais para prevenção da população, uma vez que este tipo de carrapato é transmissor da febre maculosa (doença infecciosa febril aguda causada por uma bactéria, podendo variar de formas leves a graves).
Segundo os vereadores, o município possui inúmeras áreas de elevada presença de capivaras, que são animais hospedeiros do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), tendo sido identificadas principalmente em locais de margens do Rio Tietê e do Rio Jundiaí. No ofício, os edis ainda reforçam que a Administração Pública deveria realizar um “Plano de Ação”, com iniciativas de limpeza, organização e conscientização das pessoas; além de estudo sobre quantidade populacional de capivaras em Salto.
“Nesta semana, estivemos reunidos com o Secretário da Saúde, Flávio Vitale, pedindo providências, pois essa região da Barra, até hoje não tem placas informativas em locais estratégicos, orientando a população da possível presença do carrapato-estrela”.
Caso de falecimento – No documento encaminhado ao promotor, os vereadores citam o caso ocorrido em Salto, no final de setembro, quando um jovem de 13 anos faleceu em decorrência da chamada febre maculosa. De acordo com a família, o jovem foi levado por diversas vezes à Unidade de Saúde e que não foram efetuados exames prévios. O estado de saúde do rapaz piorou, tendo então buscado atendimento no Hospital Municipal Nossa Senhora do Monte Serrat, onde foi encaminhado para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), porém não resistiu.
A Sociedade Beneficente São Camilo, responsável pela administração do hospital, informou que está sendo feita a
apuração dos procedimentos realizados. Os vereadores, através de breve pesquisa, verificaram que o tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves da doença, não existindo qualquer tipo de vacinação, e que a febre maculosa tem cura, mas seu tratamento deve ser iniciado com antibióticos após o surgimento dos primeiros sintomas.
“Com relação a este hospital, fica evidente a ausência de “Plano de Ação Médica ou Clínica” de natureza de Pronto Atendimento para estes casos, devendo ser criado procedimentos de análise das áreas percorridas pelo doente, realização imediata de exames e melhor diagnóstico clínico”.
Mediante a esta situação, os vereadores requisitaram que o Ministério Público adote as medidas cabíveis, apontando que em outras cidades, como Belo Horizonte e Campinas, ocorre o mesmo problema e estão tomando diversas providências.