Vigilância Epidemiológica alerta os viajantes de Carnaval sobre a prevenção de doenças
A Prefeitura de Indaiatuba por meio do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde alerta a população que irá viajar durante o período de Carnaval. Nesta época do ano com a maior circulação, as pessoas ficam mais suscetíveis para contrair doenças, por esse motivo a equipe de Vigilância em Saúde intensifica as orientações em Escolas públicas e privadas; Unidades de Saúde; Hospitais; Prontos Atendimentos e o SVO (Serviço de Verificação de Óbito), sobre a necessidade e a importância de notificar as doenças de aviso obrigatório, como por exemplo: meningite, dengue, arboviroses (zika, febre chikungunya, febre amarela) e sarampo.
De acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Rita de Cássia Vaz, após as notificações das doenças compulsórias existe o trabalho de bloqueios que podem ser feitos com vacina, no caso do sarampo ou por meio de quimioprofilaxia, no caso da meningite. Em relação as arboviroses o trabalho do município é com a busca ativa de novos casos e vacinação contra a febre amarela. “As notificações são muito importantes para que o nosso trabalho seja feito em tempo oportuno e assim poder conter a transmissão de doenças e também tratar de forma eficaz a população seletiva, ou seja, a que entrou em contato com pacientes doentes”, explica.
SARAMPO
Desde o início de 2018, até 8 de janeiro deste ano, foram confirmados 10.274 casos no Brasil. Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo: no Amazonas com 9.778 casos confirmados e, em Roraima, com 355 casos. Três estados apresentaram óbitos pela doença: quatro em Roraima, seis no Amazonas e dois no Pará. Em Indaiatuba felizmente nenhum caso foi registrado, no entanto a preocupação da Vigilância Epidemiológica é justamente com os viajantes para essas áreas com surtos.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida pela vacina SCR-tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. Em algumas partes do mundo, a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de 5 anos de idade.
O comportamento endêmico do sarampo varia, de um local para outro, e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população, além da circulação do vírus na área. O agente envolvido na causa da doença é o Vírus do Sarampo, que pertence ao gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae.
A transmissão do sarampo ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, é elevado o poder de contágio da doença. A transmissão ocorre de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema. O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível.
A vacinação é a única maneira de prevenir a doença. O esquema vacinal vigente é de duas doses de vacina com componente sarampo para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade, sendo uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e uma dose da vacina tetra viral (SCR mais Varicela) aos 15 meses de idade, até 29 anos o indivíduo deverá ter duas doses. Uma dose da vacina tríplice viral também está indicada para pessoas de 30 a 49 anos de idade.
MENINGITE
A meningite é umas das doenças que mais preocupam a população. Ela é inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal e pode ocorrer por diversas causas, como lesão física, neoplasias, uso de certos medicamentos, mas em geral ocorre por infecção bacteriana, viral, fungica ou parasitária. A gravidade da meningite e o tratamento diferem dependendo da causa. As meningites bacterianas e as virais são importantes do ponto de vista de saúde pública, pela magnitude de sua ocorrência e pelo potencial de produzir surtos.
A princípio todas as espécies de bactérias podem causar meningite. As principais bactérias responsáveis por causar meningite são a Neisseria meningitidis, o Haemophilus influenzae do sorotipo b, o Streptococcus pneumoniae e Escherichia (E.) coli. A Neisseria meningitidis (meningococo) pode causar doença em pessoas de todas as idades.
Em Indaiatuba desde janeiro a Vigilância Epidemiológica registrou quatro casos de meningite com um óbito, sendo dois por Neisseria meningitidis, mas sem relação entre os pacientes; uma viral e outra por Escherichia (E.) coli.
Cerca de 5 a 15% das pessoas têm estas bactérias na garganta ou nariz, porém não ficam doentes. A transmissão ocorre por meio da saliva, pelo beijo ou compartilhamento de alimentos, de bebidas ou de cigarros, assim como por meio da tosse ou espirro. As pessoas que tiveram contato próximo com a pessoa com meningite por este tipo de bactéria devem receber medicamento preventivo (quimioprofilaxia) para não adoecer. Os principais sorogrupos de meningococo são A, B, C, W135 e Y, sendo o sorogrupo C atualmente o mais frequente. A meningite por meningococo tem importância devido à gravidade do quadro clínico, rápida evolução e pela possibilidade de causar surtos ou epidemias. Existem vacinas que podem ser aplicadas para prevenir meningite por alguns sorogrupos.
Segundo a médica infectologista da Rede Pública de atendimento, Dra. Cilmara Polido, os casos confirmados no município não caracterizam surtos e ensina a população como se prevenir. “Em primeiro lugar é muito importante a primeira dose da vacina aos três meses de idade e posteriormente dos reforços de cinco e 12 meses. Durante a rotina o cuidado com a higienização das mãos é essencial, não só par meningite, mas para outras doenças também. O ideal é deixar os ambientes arejados, deixar janelas abertas e evitar espaços fechados e aglomerados. Em relação as crianças o ideal é também lavar os brinquedos e nunca deixar de lado o álcool em gel”, reforça a Dra Cilmara.
ARBOVIROSES
As pessoas que têm viagem planejada devem ficar atentas para locais onde há concentração de número de casos de dengue, zika vírus, febre chikungunya e febre amarela. A recomendação é que busquem informações com a Vigilância em Saúde do município de destino e adotem métodos de prevenção destas doenças. Entre eles, o uso de repelentes aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) uso de acordo com as instruções descritas no rótulo da embalagem, a eliminação de possíveis criadouros no local de hospedagem e também manter portas e janelas fechadas, usar calça e camisa de manga comprida de preferência cores claras.
A febre amarela pode ser combatida com a vacina. Aqueles que não possuem nenhuma dose devem procurar as salas de vacinas das Unidades de Saúde de Indaiatuba com a carteira de vacinação e um documento pessoal. O ideal é tomar a vacina 10 dias antes da viagem.
E Indaiatuba somente em 2019 foram registradas quatro casos de dengue, importado residente, ou seja, contraiu a dengue em outro município. Para zika, chikungunya e febre amarela não foram registrados nenhum caso.
Além da prevenção no deslocamento, deve-se ter cuidados com a residência durante a ausência dos moradores. “A orientação é não deixar objetos que acumulem água na casa fechada, nem expostos à chuva”, comenta o coordenador do Programa de Controle da Dengue, Ulisses Bernardinetti. Outro alerta é direcionado aos moradores de imóveis com piscinas. Nesse caso, devem solicitar a parentes e pessoas de confiança que tratem a piscina com cloro semanalmente.
Quem possui animais de estimação também precisa ter atenção redobrada. Caso não possa deixá-los aos cuidados de outro responsável, o responsável deve recorrer a alguém de confiança para visitas em dois períodos diários para alimentação e higienização dos recipientes de comida e água, também a recolha de fezes do espaço dos animais.
Aos moradores que ficarão em Indaiatuba durante o carnaval, é importante reforçar as orientações de verificar o imóvel e fazer a eliminação dos criadouros, manter as calhas limpas, manter ralos limpos e/ou fechados, tampar tonéis, caixas d’água, não descartar materiais em terrenos baldios e não manter pratos embaixo de vasos de plantas.
Foto: divulgação