‘Vira-lata’ que detecta sangue humano se torna o 2° cão perito da Polícia Científica de SP


Para ele, a olfação dos cachorros melhora a sensibilidade e a qualidade dos exames periciais, uma vez que diminui o índice de perdas de amostras que podem ser fundamentais na resolução de um caso. O indício apontado pelos cães com o uso de produtos químicos ajuda o perito a concluir se a amostra deve ser levada ao laboratório para exames complementares.
E é assim, indo para um lado e para o outro, que Savana sai à caça dos vestígios para ganhar a sua bola de borracha de recompensa. Quando encontra, a cachorra senta ou deita em frente à amostra, indicando o material a ser analisado.
“O grande diferencial é o trabalho em cima das amostras que a gente usa. Então tem todo o detalhe para que o cão não vicie no mesmo tipo sanguíneo e mesmo material, já que o sangue de hoje não é o mesmo daqui 30 dias. Os cachorros são treinados para lidar com essas nuances”, observou Machado.
Parceria de vida
Os quatro anos que já passaram juntos tornaram Savana e Machado uma dupla inseparável. O perito comentou que desenvolveu uma relação quase que de dependência com o animal. “Sinto muitas saudades quando não vejo ela. A gente fala que os cães ficam ansiosos quando se separam, mas eu que fico com ansiedade quando estou longe dela”, brincou.
Para o futuro, a ideia do perito é que cada núcleo da Polícia Científica de São Paulo tenha o seu próprio cão para apoiar as equipes locais de campo. Mas não é qualquer animal que pode ser incorporado na profissão.
Machado observa as habilidades extras dos caninos como foco, determinação, socialização, alto nível de energia e vontade de fazer as mesmas coisas que um cão perito faz. Cães muito agressivos ou muito grandes são evitados. As buscas geralmente são feitas nos canis dos municípios.
O policial é formado em medicina veterinária e atualmente desenvolve um projeto de mestrado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) de São José dos Campos para elaborar o protocolo de treinamento e utilização de cães pela Polícia Científica.
“A visão do humano, mais a olfação do cão, com a ajuda da ciência, cria um superdepartamento de perícia. Essa mistura de habilidades tem o objetivo de aumentar cada vez mais o índice de resolução criminal do estado de São Paulo”, finalizou o tutor.
Com informações: SSP-SP