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Viseira levantada e crianças pequenas ainda são realidade no trânsito de Indaiatuba

HUGO ANTONELI JUNIOR

Crianças abaixo de sete anos não podem andar em motos, segundo o Código Brasileiro de Trânsito, mas infelizmente isso ainda está longe de ser realidade. Em uma rotina que muitos indaiatubanos usam motos para trabalhar, estudar e fazer os afazeres, as infrações registradas evidenciam o risco maior de acidentes. A análise é do capitão da Polícia Militar em Indaiatuba (SP), Paulo Bueno.

Em entrevista ao Comando Notícia ele fala sobre as infrações e os perigos das motos no trânsito indaiatubano. “A criança não tem estrutura física para se manter na moto. Em um veículo que o guia precisa estar com as duas mãos no guidão, uma criança de cinco anos não tem condições de andar e nem de usar o capacete, que é tamanho grande para a cabeça dela”, diz. “A maior parte dos acidentes acontece nos trajetos curtos, que a gente já conhece, porque entramos no piloto automático, perdemos a atenção nos cuidados básicos.”

Outra realidade diz respeito ao uso da viseira levantada. “A viseira tem um motivo de ser. Se o motociclista estiver com ela levantada, passa um cisco, voa uma pedra e até o vento forte pode causar ressecamento, ele terá um reflexo até involuntário que pode causar um acidente, ele perderá o equilíbrio, cairá e isso poderá ser grave”, comenta. “Um pedaço de algo que pegue no olho na velocidade em que ele estará pode causar lesões temporárias ou até permanentes com a perda da visão”, diz.

Reclamações

“Muita gente transfere a responsabilidade. Diz que a PM ou que os “amarelinhos” multaram, mas o pensamento tinha que ser: “por que eu estava cometendo esta infração?”. Este auto que é lavrado pode levar a pessoa a refletir o que estava fazendo. Ninguém será multado se estiver cumprindo todas as regras do Código Brasileiro de Trânsito. E os acidentes também diminuirão e muito. Até um pneu careca é negligência do motorista, uma pena seca”, afirma.

“A não ser em falhas severas, em mal súbito – uma vez eu atendi o caso de um motorista em Campinas (SP). Ele guiava um ônibus e desfaleceu. Entrou dentro de uma casa. Isso acontece. Mas é minoria. A maior parte, a maciça maioria dos casos diz respeito a falta de atenção por um instante. Se a pessoa voltasse no tempo e pensasse, aquele acidente não aconteceria. E aí fica a questão que é maior que as multas. Se eu lesionar alguém ou se uma ação minha matar alguém no trânsito, como vai ficar a minha cabeça?”

foto: arquivo/divulgação