CAROL BORSATO*
Vocês sabem quais são os obstáculos aéreos na vida dos deficientes visuais?
São consideradas obstáculos aéreos as lixeiras penduradas nos portões, por exemplo. Há também um tipo de canteiro de jardim, os famosos jardins suspensos. Quando usam vasos fixados no alto da parede, representam também um perigo para o cego, que pode bater a cabeça ou até mesmo o olho, dependendo da altura da pessoa.
Quando a pessoa mora numa casa onde não tem como ela colocar a lixeira na beira da calçada, ela deve deixar a lixeira suspensa aberta com o lixo na hora em que o lixeiro está passando; ele, por sua vez, deve recolher as sacolas de lixo e fechar a lixeira.
Nos tempos mais antigos, ainda tínhamos o “orelhão” que protegia os telefones públicos. Mais parecia mais uma grande orelha parafusada num tubo de ferro, risos.
A bengala do deficiente visual não detecta os obstáculos aéreos e geralmente os cegos acabam levando uma boa pancada. Graças a Deus eu nunca passei por isso com os orelhões , uma situação nem um pouco agradável.
As árvores que não são devidamente cuidadas também podem atrapalhar o cego. Imagine aquela árvore sem podar, os galhos enormes ficam caídos e a calçada parecendo uma floresta, além de impedir a circulação do pedestre, pode machucar gravemente o cego.
Outro exemplo é aquele elevador de subir carro nas oficinas. Com esse eu já dei um belo encontrão.
Volto a reforçar a conscientização de toda população, é preciso que cada pessoa faça sua parte, hoje sou eu que corro esse risco e amanhã pode ser você, se coloque em meu lugar, você ficaria feliz se batesse o rosto e se machucasse?
Então vamos todos dedicar atenção nas atitudes que podem eliminar os obstáculos aéreos da vida dos deficientes visuais.
*Carol Borsato é jornalista e é a primeira repórter deficiente visual da história de Indaiatuba (SP).
foto: divulgação