Telas aumentam olho seco entre jovens, diz pesquisa – Comando Notícia
CidadesNacionalsaúde

Telas aumentam olho seco entre jovens, diz pesquisa

Visão ldc comunicacao cópia

Uma nova pesquisa publicada no Science Direct por pesquisadores da Aston University (Reino Unido)  mostra que  a síndrome do olho seco está em alta entre jovens que fazem uso prolongado das telas. A pesquisa  acompanhou por um ano  50 participantes com idade entre 18 e 25 anos que  permaneciam 8 horas/dia diante das telas. No final do período 56% apresentaram olho seco e 90% pelo menos um dos sintomas – vermelhidão, sensação de areia nos olhos, coceira, visão embaçada, dor de cabeça no final do dia.

 

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier, primeiro hospital especializado em Oftalmologia da América Latina,  a síndrome do olho seco causada por telas   é ainda maior  no Brasil. Isso porque, uma pesquisa  global da  Meltwater revela  que  o País ocupa o segundo lugar no ranking mundial de tempo  gasto em  redes sociais, totalizando 9 horas e 15 minutos/dia só nas redes sociais. O primeiro país no ranking é a África do Sul onde a população fica 9 horas e 24 minutos/dia conectada às redes.

 

Como as telas interferem na lubrificação do olho

O especialista explica que o olho seco é uma alteração na quantidade ou qualidade de  uma das três camadas da lágrima – aquosa, gordurosa e proteica. “Nossos olhos não foram feitos para fixar  imagens próximas por  muito tempo como a vida digital  impõe, comenta. Por isso, explica, os fatores  intrínsecos do olho seco relacionados às telas são: O pouco movimento que fazemos com os olhos em frente aos dispositivos;  As 16,7 milhões de cores emitida pela tela que  sobrecarregam com toda esta variação de luminosidade os músculos dos  olhos; A diminuição  do número de piscadas de 20 para 6 vezes  por minuto. Queiroz Neto ressalta que crianças deve ser estimuladas a praticar, no mínimo, duas horas de atividades físicas em ambientes externos não só para evitar o olho seco como também a miopia.

 

Outros fatores de risco

Queiroz Neto salienta que o olho seco é multifatorial. Outros fatores de risco associados à condição são: baixa umidade ou aumento da  poluição no ar; Permanecer em locais fechados; Ambientes climatizados;   Uso contínuo de medicamentos para hipertensão arterial, anti-histamínicos e antidepressivos; Alimentação pobre em ácidos graxos; Baixo consumo de água; Uso de lente de contato; Doenças autoimunes, dermatite atópica ou   síndrome de  Stevens-Johnson; Menopausa e flutuações hormonais na mulher; Andropausa;  Ceratocone e blefarite.

 

Tipos de olho seco e tratamentos

O tipo de olho seco mais frequente é o evaporativo que reponde por cerca de 70% dos casos da doença. O oftalmologista salienta que é causado por uma disfunção em pequenas glândulas localizadas na borda das pálpebras que secretam a camada lipídica da lágrima. “É esta porção da lágrima que mantém a camada  aquosa suspensa na superfície do olho para proteger sua superfície das agressões externas”, salienta. O oftalmologista pontua que a disfunção pode ser causada pela obstrução dessas glândulas por excesso de oleosidade na pele, cremes ou maquiagem.

O olho seco também pode ser causado por uma diminuição na produção da camada aquosa causada por alterações hormonais, doenças autoimunes e medicamentos, sendo  neste caso  mais frequente em idosos.  

“O tratamento depende o do diagnóstico e pode ser feto com colírios, pomadas, aplicações de luz pulsada ou implante de plugue no canal lacrimal para manter no olho a camada aquosa. O tipo de tratamento dependo do resultado do exame de imagem que permite visualizar onde está a deficiência” destaca.

 

Prevenção

As dicas de Queiroz Neto para prevenir o olho seco são:

·        Descanse das telas a cada 20 minutos olhando para uma distância de 20 pés ou 6 metros por 20 segundos.

·        Beba 300 ml de água para cada quilo de seu peso.

·        Posicione o dispositivo  abaixo da linha dos olhos.

·        Desligue todos os dispositivos 1 hora antes de se deitar.

·        Limpe as pálpebras com um cotonete embebido em xampu neutro toda noite.

·        Evite a exposição de crianças às telas antes de completarem 2 anos.

·        Consulte um oftalmologista regularmente.

Com informações: LDC Comunicação

Foto: Divulgação