Economia no horário de verão abasteceria Indaiatuba por um dia, Itu por três e Salto por quatro
HUGO ANTONELI JUNIOR
A economia de energia com o horário de verão daria para abastecer a cidade de Indaiatuba (SP) por um dia, a de Salto (SP) por quatro dias e Itu (SP) por três. Os dados são da concessionária de energia, a CPFL Piratininga. O volume total de economia do grupo nos 105 dias do horário de verão, nos 679 municípios, seria suficiente para abastecer durante um ano 27 mil residências.
Dentre as distribuidoras do Grupo, a CPFL Paulista foi a concessionária que registrou o maior volume de energia economizado durante o horário de verão 2018/19, de 48,5 megawatts. Para efeito de comparação, esse montante seria suficiente para abastecer por quatro dias a cidade de Campinas, por 12 dias São José do Rio Preto, por oito dias Ribeirão Preto, por 28 dias Marília, ou por 17 dias Bauru.
Por sua vez, a CPFL Piratininga, que atende a 27 municípios no interior paulista e Baixada Santista, registrou uma economia no consumo de energia 7.060 MWh, volume capaz de abastecer por um dia as cidades de Santos, Sorocaba e Jundiaí ou por quatro dias a cidade de Cubatão.
De acordo com o diretor de Distribuição da CPFL Energia, Thiago Freire Guth, os resultados mostram que a adoção do horário de verão é um capaz de melhorar o aproveitamento da luz natural e de reduzir o consumo de energia elétrica, especialmente a demanda no horário de pico, das 18 às 21 horas. Para o executivo, o deslocamento do horário oficial em uma hora, principal objetivo do horário especial, contribui para mitigar os riscos de sobrecarga no sistema elétrico, no momento em que é mais demandado.
“Normalmente, as pessoas começam a chegar em suas casas a partir das seis da tarde, sendo que uma das primeiras ações é acender a luz. Na mesma hora, entram em operação a iluminação pública e os luminosos comerciais, além de as indústrias seguirem operando. No período do horário de verão, com o adiamento dos relógios em uma hora, as cargas das residências e de iluminação pública passam a operar após às 19 horas, quando o consumo industrial já está reduzindo”, explica Guth.
Economia de energia
Mesmo com o fim do horário de verão, a CPFL Energia incentiva que seus clientes continuem praticando o consumo inteligente de energia. São várias as dicas para reduzir o consumo, sem comprometer o conforto:
1. Chuveiro
Nos dias quentes, coloque o chuveiro no modo “verão” (o consumo será cerca de 30% menor). Em cidades mais quentes, é possível até desligar o chuveiro; Limpe periodicamente os orifícios de saída de água do chuveiro; Tome banhos mais rápidos e desligue a torneira ao se ensaboar; Uma boa opção também são os aquecedores solares para água, que cada vez mais possuem preços atrativos e demandam baixa manutenção; Nunca reaproveite uma resistência queimada. Isso provoca o aumento do consumo e coloca em risco a segurança do usuário;
2. Geladeira
Instale a geladeira em local bem ventilado, desencostada de paredes ou móveis, longe de raios solares e fontes de calor, como fogões e estufas; Nunca utilize a parte traseira da geladeira para secar panos, roupas ou tênis; Nunca coloque alimentos quentes na geladeira; Não forre as prateleiras da geladeira. A falta de ar circulando entre as prateleiras exige mais consumo de eletricidade; Não deixe a porta da geladeira aberta por muito tempo e não se esquecer de manter as borrachas de vedação da porta em bom estado. Um bom teste é colocar uma folha de papel, fechar a porta da geladeira e tentar retirá-la. Se a folha sair muito fácil, pode ser que a borracha já esteja precisando de manutenção;
3. Ar-condicionado
Quando o uso do ar condicionado for inevitável, o ideal é utilizá-lo da melhor maneira possível, evitando a conexão por longos períodos. Na função “timer”, deixar durante a noite por volta dos 22º, que mantém o ar numa temperatura agradável e não provoca esforço demasiado nos equipamentos; Os equipamentos de ar condicionado também possuem selo Procel, e é interessante que isto seja observado na compra, sempre buscando aparelhos com selo A; Manter os filtros do ar limpos também é uma ótima iniciativa de economia, pois assim o motor não se esforçará mais que o ideal; Opte por modelos de ar-condicionado com a tecnologia inverter, que são mais econômicos e eficientes;
4. Iluminação
Apague a luz ao sair de um ambiente; Substitua lâmpadas incandescentes e fluorescentes por modelos LED. A substituição pode trazer uma economia de até 80% no gasto com iluminação; A substituição das lâmpadas incandescentes e fluorescentes para tecnologia LED é importante também quando pensamos no aquecimento do ambiente, sendo que a incandescente aquece muito, e a LED é fria. Não aumentando o aquecimento do ambiente, é possível utilizar menos o ar condicionado e ventilador.
5. Outros equipamentos e ambientes
Não durma com a televisão ligada; Limpe o filtro da máquina de lavar, com frequência; Acumule roupas para lavar e também para passar. O tempo para aquecer o ferro representa um consumo bem alto. É melhor que isso seja feito menos vezes; O ferro elétrico tem regulagem de temperatura. Procure separar as roupas por temperatura que serão passadas, assim pode tornar o uso mais econômico; Não use benjamins – item que serve para ligar vários aparelhos a uma só tomada e que a sobrecarrega; Sempre mantenha os ambientes bem arejados. Abrir cortinas e janelas ajuda na ventilação e reduz a necessidade de ar condicionado e ventiladores, além de manter o ar sempre renovado.
Horário de verão
Este período de horário de verão foi menor do que o anterior, porque seu início se deu mais tarde do que ocorria normalmente. Antes, costumava começar no terceiro domingo de outubro. Mas, em dezembro de 2017, o presidente assinou um decreto que reduziu sua duração, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral. Assim, seu início não mais ocorreria entre o primeiro e o segundo turno da eleição.
O Planalto chegou a cogitar que a data fosse mais uma vez adiada, para 18 de novembro, desta vez para atender um pedido do Ministério da Educação, para não interferir com a realização do Enem. Mas acabou sendo mantido seu começo em 4 de novembro.
O horário de verão foi criado no Brasil em 1931 durante o governo de Getúlio Vargas (1882-1954), mas suspenso por decreto várias vezes – os mais longos períodos sem horário de verão foram de 1933 a 1949, e de 1968 a 1985.
O governo chegou cogitar acabar por completo com essa medida, após um estudo do Ministério de Minas e Energia apontar queda na efetividade da iniciativa na economia de energia. O ministério explicou que o perfil do consumo de eletricidade não estava mais ligado diretamente ao horário e sim à temperatura, com os picos de uso de energia passando do início da noite para o começo da tarde, período mais quente do dia.
foto: divulgação