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Caso Ivanete: filho faz novo apelo e pede solução

No dia 28 de julho o Comando Notícia publicou uma matéria sobre o caso de uma moradora de Indaiatuba (SP) que está com problemas graves de saúde e não consegue tratamento adequado. Segundo ela, faz  um ano que  começou ir à consultas médicas no Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc), trocou de hospital, de médico, mas continua sentindo muita dor, e ainda aguarda por uma solução. 

Diagnosticada com trombose no fígado e barriga d´água, Ivanete disse que não consegue dormir e nem comer direito, e que sente muita dor. “Eu não aguento mais de tanta dor, não aguento mais”. Michael, o filho dela, fez uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro e fazer a cirurgia da mãe. Ele voltou a procurar o Comando Notícia para contar que depois que a matéria foi publicada- no dia 28 de julho – algumas coisas mudaram, mas outras ainda não, e a mãe ainda aguarda por uma solução. Segundo ele, o que eles precisam é de uma solução definitiva. “Eu preciso saber o que a minha mãe tem para resolver de uma vez. Não adianta vir para o hospital toda semana, voltar pra casa e voltar na semana seguinte de novo”, disse o filho.

Ainda segundo o rapaz, nas últimas consultas, todos os médicos que a atenderam, explicaram que quanto mais esperar, mais vai entupir as veias e cada vez mais vai aumentar a quantidade de água que acumula na barriga. “Antigamente ela tirava 8 litros de água da barriga uma vez por mês, agora ela já está tirando 12 litros, 13,5 litros uma vez por semana”, disse Michael.

Dona Ivanete vai ao Haoc para fazer o processo de retirada da água sempre que necessário, e assim tem sido toda semana. Às terças-feiras, 14h.  Na última terça (11) não foi diferente, ela foi até o Hospital para internar e fazer o procedimento. “Ela foi atendia, e está sendo atendia, mas só tirar água não resolve. Cada semana que passa ela tira mais, e cada vez que tira mais ela fica mais fraca. Ela já não tem coordenação nas pernas e está ficando sem vitamina”, disse ele. Michael ainda completou dizendo a mãe internou na terça (11), às 15h, fez o procedimento às 17h, e só tomou a medicação necessária às 21h30, depois que ele postou um vídeo em sua rede social falando sobre o caso. 

Dona Ivanete recebeu alta na manhã desta quarta-feira (12) às 9h, mas depois de chegar em casa,  começou a se sentir mal novamente. Foi então que eles decidiram ir até o Hospital Dia aferir a pressão. Segundo Michael, lá, não conseguiram, e então foram até o Haoc novamente. Chegando lá a pressão aferida deu 7 por 5, e desde às 12h30 a pressão de Ivanete continuava baixa. Michael falou com a nossa equipe às 18h06. 

O Comando Notícia entrou em contato com a assessoria do Haoc para solicitar por escrito o parecer dos médicos que consultaram Ivanete. Nós fomos respondidos com a avaliação geral do prontuário, mas não recebemos a avaliação dos médicos. A Prefeitura também se manifestou, e em nota falou sobre o que está sendo feito nesse caso.  Com tudo, decidimos publicar tudo na íntegra; o pedido de ajuda do filho Michael, a nota do Haoc e a nota da prefeitura. Veja abaixo.

 

O filho

“Boa tarde, eu Michael venho revindicando o tratamento justo e digno para minha mãe! Há um ano que ela vem passando por consultas em vários médicos especialista de todo tipo. Eu não estava tomando conta do caso por conta do meu trabalho, mas devido aos problemas que minha avó com 65 anos cansada, com artrose nos dois joelhos, uma veia entupida na cabeça, e problemas cardíacos vem passando, eu assumi o caso. Só quero saber o diagnóstico verdadeiro que minha mãe tem que até agora estamos sem entender nada!

O único diagnóstico que temos é a trombose no fígado, que leva a essa barriga d’água! Antes era retirada 8 litros de água por mês mais agora vem retirando água toda semana, ontem foi tirado 13,200 de líquido! Minha mãe vem sofrendo constantemente com dores, falta de ar e tudo que come vomita, por conta do fígado e da barriga enorme! Já não sei mais o que fazer , a família inteira nem dorme direito preocupados se minha mãe vai acordar!

Peço desculpas do meu desespero mais minha mãe só começou ser devidamente atendida por conta dos meus vídeos e postagens pedindo ajuda! Sobre a cirurgia nada foi informado e nem uma data clara e certa passada até o momento. Desde já agradeço todo o apoio e as mensagens! Deus abençoe, e orem para que iluminem a cabeça dessas pessoas de má fé!”.

 

O que informou o Haoc 

“Paciente de 47 anos com história de início em 15/10/2019. Na ocasião apresentava com quadro de ascite (acúmulo de líquido no abdome), motivo que vem sendo realizada punção aliviadora desde esta época. Foi submetida a investigação ambulatorial (não internada) sendo submetida a vários exames, tais como Pet CT scan, tomografias computadorizadas, ressonância magnética, colonoscopia, exames de radiologia e laboratório. Os exames evidenciaram que a paciente é portadora de Síndrome de Budd-Chiari, condição grave causada por hipertensão do sistema porta hepático, condição que pode ser causada por várias patologias. O PET CT Scan mostrou processo expansivo sugerindo a trombose tumoral devido a leiomiossarcoma de veia cava inferior (neoplasia maligna). Esta patologia exige recursos técnicos de intervenção e tratamento radiológico intervencionista e oncologia que o HAOC não possui, e apenas alguns hospitais terciários possuem.

Lembramos que os serviços terciários de alta complexidade são de responsabilidade do Estado em provir, e por este motivo, o sistema regulador de vaga do estado foi acionado desde o início. A primeira solicitação à UNICAMP foi feita na data de 31/10/2019.

Esta paciente está em investigação ambulatorial (não internado) sendo consultado por vários profissionais, e necessita de avaliação em serviço de alta complexidade em oncologia cirúrgica. No Hospital Augusto de Oliveira Camargo vem sendo realizada, sequencialmente, as punções de esvaziamento do líquido ascítico, tratamento paliativo que alivia a sobrecarga no abdome, mas precisa da investigação e do diagnóstico definitivo de confirmação da neoplasia (Câncer), por isto já foi solicitada a transferência desta paciente aos serviços referenciados do Sistema Único de Saúde, hospital da UNICAMP ou da PUCC.

Como está ocorrendo demora destes hospitais de referência para receberem a paciente, a Secretaria Municipal de Saúde conseguiu uma avaliação de cirurgião oncológico de outro hospital que confirmou a necessidade de recursos de radiologia intervencionista e procedimento endovascular para se confirmar o que os exames já demonstram e avaliar as possibilidades terapêuticas.

Trata-se de caso complexo, que exige radiologia intervencionista para avaliar as possibilidades de diagnose e terapia, recursos que somente estes hospitais de referência oncológica dispõe.

O HAOC tem oferecido a assistência que lhe cabe, vem realizando os procedimentos de punção do líquido ascítico, e reiteradamente, tem recorrido ao sistema CROSS de referência/contra-referência do SUS, órgão estadual responsável pela regulação de transferência destes pacientes de alta complexidade.

A Secretaria Municipal também tem se empenhado em acionar os mecanismos regulatórios do SUS para que se consiga a transferência ao hospital da UNICAMP ou da PUCC.”

 

O que diz a Prefeitura

“Após divulgação em redes sociais realizada pela família, a Secretaria Municipal de Saúde de Indaiatuba vem a público prestar informações sobre o caso de I.T.P., 48 anos, que está em investigação do quadro.

A paciente tem sido acompanhada pela Rede Municipal de Saúde desde outubro de 2019 e já foi submetida a diversos procedimentos diagnósticos de média e alta complexidade, todos custeados pelo SUS. Por tratar-se de alta complexidade, o caso foi encaminhado por duas vezes à Unicamp sem sucesso. 

A Secretaria de Saúde encaminhou para avaliações de médicos especialistas em várias áreas, os quais solicitaram novos exames complementares. A paciente, neste momento, encontra-se em preparação para um novo procedimento, o qual ocorrerá tão logo os exames pré-operatórios sejam concluídos. Por tratar-se de um caso de alta gravidade médica, com risco de morte, os profissionais têm se empenhando na busca do melhor tratamento e todo o possível tem sido realizado pela Prefeitura de Indaiatuba.

A Secretaria de Saúde continua a acompanhar o caso com seus especialistas e serviços credenciados ao SUS para que a paciente possa obter o atendimento mais adequado possível. A Prefeitura reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade no atendimento e cuidado da população por meio dos serviços públicos.”

 

 

Foto: arquivo pessoal.