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DEIC cumpre mandado em Indaiatuba durante operação Queóps

Policiais da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Campinas realizaram na manhã dessa quarta-feira (16) a Operação Queóps, que tem o objetivo de combate o crime organizado e estelionato. No total, os policias civis realizaram trezes mandados de busca e apreensão nas cidades de Campinas, São Paulo, Itu, Santos, Indaiatuba e Jundiaí. A Operação foi deflagrada contra a empresa AGRO S/A, acusada de estelionato e crime organizado, pela prática de pirâmide financeira e o chamado “Esquema Ponzi”.

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“O estimado é que a quadrilha tenha atingido a quantia de R$ 300 milhões com o golpe realizado pelas cidades do interior e do litoral de São Paulo. São cerca de 6 mil pessoas que foram seduzidas por falsos investimentos em atividades relacionadas ao pungente mercado do agronegócio, que ante ao seu potencial , permitia resultados acima dos investimentos convencionais. e lucros acima do mercado de ações”, afirma Jorge Calazans, advogado das vítimas.

O advogado explica que a AGRO S/A ofertavam investimentos em “Cotas Coletivas de Commodities“, alegando aplicar os recursos captados em múltiplas ações, que proporcionariam lucratividade de forma sólida. “Para expansão do negócio, além da utilização de diversos meios de comunicação, era oferecido um plano aos investidores onde ao trazer novos interessados, se credenciavam a um plano de carreira onde além da rentabilidade dos investimentos, seriam remunerados pelas indicações.

Ante a oferta de investimentos coletivos sem a devida autorização, em 16 de abril de 2.021, a Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu alerta ao mercado de valores mobiliários e o público em geral sobre a atuação irregular de Agro S.A, Agro Rei Comercialização de Commodities Agrícolas S.A (nome empresarial) e Agro Agrícola S.A (nome fantasia). No presente comunicado, a área técnica da CVM detectou indícios de que a empresa, por diversos meios, incluindo a utilização de páginas na Internet e o uso de redes sociais, oferece no Brasil serviços de intermediação de valores mobiliários e se apresenta como Agente Autônomo de Investimentos sem que tenha autorização”, informa.
Jorge Calazans alerta que esse tipo de atuação costuma ser adotada pela autarquia por conta de algumas irregularidades que comumente são cometidas, gerando prejuízo aos investidores em alguns casos similares ao centenário “Esquema Ponzi”, em que o dinheiro captado de novas vítimas é utilizado para remunerar as outras, sendo o empreendimento apenas uma “fachada”.

“Paulo Pinheiro, o então CEO da AGRO S/A e Fernando Faria, principal executivo de operações, faziam questão de ter sua imagem associada a grandiosidade da AGRO S/A. Os mesmos apareciam em materiais de divulgação, gravavam vídeos e tudo que fosse possível para atrair novos investimentos. Porém, após a suspensão dos pagamentos, ambos passaram a se eximir de suas responsabilidades, inclusive apagando conteúdos que os ligavam a empresa e estavam na internet. Diante dessa ausência de respostas, eles justificavam que eram apenas funcionários contratados da empresa. E nessa busca por respostas, os investidores perceberam que foram vítimas de uma grande trama que com uma empresa preexistente denominada Casa de Carnes Rei da Cupecê LTDA, onde apenas no ano de 2020 é modificada a razão social da empresa para AGRO REI COMERCIALIZAÇÃO DE COMMODITIES AGRÍCOLAS LTDA, além de mudanças no quadro socitário com a função de aplicar os golpes”, relata o advogado Jorge Calazans

A ação da Polícia Civil teve o objetivo de desmascarar toda a quadrilha. “Eles ainda estão atuando, deixando o site aberto para captar novas vítimas, estando inclusive promovendo adesões em criptomoedas. Esperamos que essa operação consiga todos os elementos legais para garantir o ressarcimento integral das vítimas que denunciaram a fraude”, conclui Calazans.
Após algumas vítimas perceberem que estavam sendo enganadas e fazerem denúncias, a empresa passou a se chamar Pacific Bank, Quivra, Tamino.
A Polícia Civil estima que o esquema tenha conseguido atingir R$ 300 milhões com todos os golpes. A instituição não informou desde quando esses golpes estavam sendo aplicados e nem o local do mandado realizado em Itu.

Divulgação/ DEIC