HUGO ANTONELI JUNIOR
Um amor regado a um bom vinho português. É assim que o casal Henrique e Isabela resolveu viver. Por isso arrumaram as malas e saíram de Indaiatuba, cruzaram o oceano e estão tentando a vida na Europa. Os dois são o tema da segunda reportagem especial sobre os indaiatubanos pelo mundo, por ocasião do mês de aniversário de 188 anos da cidade. Henrique conversou com o Comando Notícia e falou sobre a rotina em Portugal. Na primeira matéria, a jornalista Marília falou da vida na Austrália.
Nascido em Campinas, Henrique Schiffer Mariotti, de 24 anos, casou-se com Isabela Aguiar, de 25, que é de Indaiatuba. No início de 2018 eles resolveram se mudar para Lisboa, capital de Portugal. Ele diz que não pretende voltar. “A não ser para visitar os amigos e familiares que moram aí”, revela. O que mais sente falta é a vida noturna. “Alguns bares e a companhia dos amigos. A vida noturna de Indaiatuba é muito legal.”
Henrique trabalha em uma agência de publicidade. O que os motivou a sair da cidade e do País foi a busca por oportunidades. “Econômicas, acadêmicas e novas experiências, já que nunca tínhamos saído do Brasil antes”, conta. “A qualidade de vida que encontramos aqui é impressionante. Este é um bom motivo para estar aqui. Portugal é muito segura e acolhedora”, diz.
Saudade e adaptação
Apesar da partida ter sido em abril deste ano, a saudade é rotina. “Temos muitos conhecidos em Indaiatuba. Meus pais e minha irmã, por exemplo, além de amigos do coração. Os familiares da minha esposa também moram aí”, revela. A forma de conversar com todo mundo é pela internet, com o WhatsApp.
Portugal é o único país da Europa que tem como língua oficial o português, o que facilita na adaptação. Ou, mais ou menos, como relata. “No começo o sotaque carregado dos portugueses era um pouco complicado de entender. Fora que algumas palavras (montra, quer dizer vitrine; atacadores, são cadarços; e carpete, que aqui se chama de alcarifa) são diferentes do nosso português. Mas nada que tenha nos atrapalhado tanto não, só gerou um pouco de confusão mesmo”, brinca.
Outro ponto importante é a culinária. “Não sinto muito diferença. Diariamente comemos praticamente o mesmo que comíamos no Brasil, por exemplo, o arroz, feijão e carne”, conta. Mas nem tudo é tão parecido. “Sinto falta do churrasco do Brasil, os cortes de carne e forma de fazer o churrasco não são os mesmos, mas existem muitas comidas aqui que compensam isso, como chocolates, o bacalhau, os vinhos, enchidos, são deliciosos e extremamente mais baratos do que no Brasil.”
“O que me faria voltar? Sinceramente não sei. Não consigo pensar em algum grande motivo que seja assim tão relevante que me faria voltar”, responde.
Presente de aniversário para Indaiatuba
“Primeiramente melhores salários. Temos uma infraestrutura invejável, contamos com um parque industrial completo e com muitas oportunidades, porém, o salário oferecido muitas vezes não atende às necessidades da população de um modo geral. Outro presente, um pouco menos importante, seria uma praia.”
foto: arquivo pessoal