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Indaiatubanos pelo mundo: trauma com a violência levou jovem para a Austrália

HUGO ANTONELI JUNIOR

A Austrália não foi o primeiro país que Letícia Neumeister, de 29 anos, viajou para fora do Brasil, mas é onde ela escolheu viver há quatro anos. Com experiência em comércio exterior, finanças e contabilidade, ela foi para o outro lado do mundo para ficar seis meses e está há mais de quatro anos. Ela é a personagem da terceira reportagem especial indaiatubanos pelo mundo, a primeira também foi na Austrália e a segunda de um casal em Portugal.

Nascida em Indaiatuba, Letícia foi embora da cidade em 2014 e um fato marcou muito a saída dela. “Quando fui fazer a minha despedida na Pepis e fui em uma temakeria. Infelizmente aconteceu tudo muito rápido, era de madrugada. Vieram dois bandidos em um carro e assaltaram minha amiga. Eles atiraram, mas pegou a cabeça dela de raspão. Este foi um dos motivos que eu saí, a violência, que estava no geral, além da crise.”

Ela mantém contato com a família através da internet. “Toda semana por WhatsApp ou por ligação mesmo. Existem planos aqui de ligação para o exterior. É assim que eu faço para me comunicar com o meu pai, que não tem redes sociais. Com os outros tem o grupos que facilita para amenizar a saudade.”

Saudades do catupiry

Assim com o disse a jornalista Marília quando conversou com o Comando Notícia, na Austrália pode até ter canguru, mas não tem catupiry. “Eles não sabem o quão boa é uma pizza de frango com catupiry. Sinto saudade das pizzas do Brasil. Arroz e feijão eu até encontro, assim como tapioca, mas algumas iguarias como a coxinha, não tem”, afirma. “Eles são muito saudáveis aqui e adoram abacate, mas sempre salgado. Eles não comem abacate com açúcar e limão, por exemplo. Não sabem o que estão perdendo”, brinca.

Letícia diz que entre as características da Austrália que gostaria de ver em Indaiatuba estão atrações culturais. “No período de verão tem uma programação de cinema a céu aberto, nas praias e até em cima da água em plataforma que eles montam. As sessões são perto da hora do pôr do sol”, afirma.

“Nos parques e praças tem churrasqueiras elétricas espalhadas. A galera se reúne, assa, limpa e depois vai embora. Além disso também tem uma piscina que você paga uns três dólares e pode usar. É bem badalado e é uma boa opção para Indaiatuba, mesmo que a cidade já tenha.”

Apesar de ter um carinho enorme pela cidade onde nasceu e viveu a maior parte da vida, ela não pretende voltar para o Brasil tão cedo. “Deu tudo certo por aqui. Eu trabalhava em uma empresa e depois vieram outras oportunidades de emprego e eu acabei ficando. Está dando tudo certo e não pretendo voltar, por enquanto.”

fotos: arquivo pessoal