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Sob tensão de protestos, vereadores seguem em impasse sobre CPI da Saúde

HUGO ANTONELI JUNIOR

Foi sob um clima de tensão que aconteceu a sessão da Câmara de segunda-feira (10) em Indaiatuba (SP). Apesar da mobilização e comentários nas redes sociais, o plenário não lotou e o roteiro foi seguido sem maiores problemas. Algumas pessoas levaram cartazes e durante a palavra livre houve manifestações do público – como palmas e descontentamento com o término da sessão, mas o impasse em busca da quarta assinatura para abrir a CPI da Saúde continua. Ao todo foram votados quatro projetos e aprovados e a sessão terminou por volta de 19h30, mais cedo do que nas duas semanas anteriores.

Cartaz exibido pelos manifestantes durante a sessão de segunda (10). foto: Hugo Antoneli Junior

Os próprios vereadores disseram em plenário que houve uma reunião na manhã de segunda-feira envolvendo todos os 12 vereadores e o tema foi exatamente a CPI da Saúde. A oposição não recuou na tentativa de abrir a comissão de inquérito e a situação segue irredutível dizendo que todas as informações estão sendo disponibilizadas sem a necessidade da abertura da comissão extraordinária.

“Investigar não é condenar”, disse o líder da oposição Alexandre Peres (SD) durante a palavra livre. Os outros dois vereadores da oposição, Arthur Spíndola (PV) e Ricardo França (PRP), também subiram ao plenário e defenderam a abertura da CPI. “Não podemos generalizar. Sabemos que há profissionais ruins em todas as áreas, inclusive na saúde, mas não se pode generalizar. O que nós queremos é investigar”, disse França.

Manifestantes conversam com o vereador Luiz Carlos após a sessão. foto: Hugo Antoneli Junior

Já o líder do governo, Cebolinha (MDB), destacou o espírito democrático das manifestações e foi o único entre os vereadores que subiu à tribuna para falar. O presidente da Câmara, antes de encerrar a sessão, disse que reuniões estão sendo feitas periodicamente e que o Legislativo seguirá discutindo o caso. Apesar disso, ele encerrou a sessão e saiu pela porta lateral, sem passar pelo meio do público.

“Assina!”, gritou uma manifestante antes que o vereador saísse. Os manifestantes aguardaram os vereadores saírem e abordaram um por um. Todos os da oposição e também o vereador Luiz Carlos (MDB) que foi o que ficou mais tempo conversando com os manifestantes e explicando a posição em relação à CPI. Os protestantes prometeram continuar realizando ações para pressionar os membros do Legislativo pela abertura da comissão para investigar.

“Não podemos generalizar (…) mas queremos investigar”, disse França. foto: Hugo Antoneli Junior

Mãe de bebê que morreu estava na sessão

Gabriela, a mãe do bebê Heitor, que morreu há cerca de um mês após um parto que durou 14 horas no Haoc estava na sessão. Ela conversou com alguns vereadores e acompanhou a sessão. Ela relatou que recebeu a visita do prefeito, da secretária de saúde, do presidente da Câmara e de médicos após o caso ter sido divulgado pelo Comando Notícia e depois por outros veículos de imprensa.