Cultura

“Toy Boy”: série espanhola mostra stripper acusado de assassinato lutando por Justiça

por HUGO ANTONELI JUNIOR

Em meio à pandemia, o Comando Notícia vem trazendo dicas de filmes e séries para ver em casa durante a quarentena. O Marcos Kimura já trouxe algumas dicas do que assistir online, principalmente na Netflix. Hoje falaremos de mais uma produção em espanhol. Chamou a atenção o fato da série ‘Toy Boy” ter ficado as primeiras semanas entre os produtos mais assistidos na plataforma. Atenção, o texto NÃO TEM spoilers, apenas um resumo dos temas tratados, de forma genérica.

Os 13 episódios foram exibidos em um canal de televisão em setembro do ano passado e estrearam na Netflix em fevereiro. Não houve confirmação se haverá ou não uma segunda temporada. Há pontas abertas e muitas perguntas para se responder e até salvar um pouco após um final que deixou parte de público um tanto insatisfeito.

A série traz como protagonista um stripper acusado de assassinar um milionário. Ele fica preso durante sete anos por ser o principal suspeito porque, entre outras coisas, era amante da mulher do morto. Macarena – não a música, mas a vilã, é parte essencial da história junto com uma advogada novata Triana (María Pedraza, a Marina de “Elite”), que é quem assume a defesa de Hugo, o protagonista, vivido por Jesús Mosquera. Ele era jogador de futebol e tem este trabalho como a estreia como ator. Inicialmente ele teria um papel secundário, mas surpreendeu nos testes e acabou ganhando o de protagonista. A performance é boa, não compromete e a informação de que é o primeiro trabalho dele surpreende, parece ser um ator com experiência.

Triana, a advogada, é vivida pela mesma atriz que fez Marina em “Elite”, de frente com o protagonista, Hugo, vivido pelo ex-jogador de futebol Jesús Mosquera.

A trama aborda a rotina de um grupo de strippers que Hugo fazia parte. As performances do quarteto são feitos em uma boate chamada “Inferno”, localizada na cidade praiana de Marbella. Entre os assuntos que quem assistir vai encontrar estão prostituição, corrupção na política, na polícia, nos negócios, o drama da família de um preso, problemas psicológicos causados por abusos no passado e até o tema pesadíssimo que é o abuso de menores.

Vale muito prestar atenção nas performances dos atores José Manoel Seda, que vive Borja Medina, irmão da vilã, do também estreante Juanjo Almeida, que vive Andrea, filho de Macarena. Vale o destaque para Carlo Costanzia, que é um dos strippers e é mudo, além de Pedro Casablanc, intérprete de um investigador de polícia corrupto, e de Adelfa Calvo, que vive Benigna, uma bem sucedida empresária que termina a série com mais destaque do que começou.

Em meio ao boom de séries em espanhol que começou com “La Casa de Papel” e prosseguiu com “Elite”, Toy Boy encontrou um terreno fértil entre o público brasileiro, ficando várias semanas desde a estreia entre os títulos mais vistos, mas as críticas não demoraram a aparecer. Algumas são com relação à narrativa que em alguns momentos lembra as novelas, passando pela trilha e, a mais pertinente, que é relativa aos longos episódios de uma hora cada. O episódio final tem quase 70 minutos.

Vale a pena assistir como entretenimento se você não for muito atento aos detalhes ou não liga para eles. É bom lembrar que a temática praticamente obriga a série a ter uma classificação indicativa de 18 anos, muito pelas cenas de dança e também pelas mais quentes dos protagonistas. Uma curiosidade interessante é que a série, apesar de espanhola, leva um título em inglês que significa “Meninos de Brinquedo” que seriam rapazes mais jovens que são contratados por mulheres mais velhas sem a intenção de um compromisso mais sério,  o que você vai encontrar muito na série. É uma boa dica, mas tirem as crianças da sala.

fotos: reprodução