HUGO ANTONELI JUNIOR
Mais uma paciente do Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc) procurou o Comando Notícia para relatar problemas no atendimento. Ela não terá o nome revelado. Tem 36 anos e precisou passar por uma cirurgia. O procedimento foi um sucesso, segundo contou à reportagem nesta terça-feira (4), na casa onde mora, no Jardim Hubert.
O problema foi o pós operatório e o tratamento dado por alguns enfermeiros. Segundo conta, quando apertava várias vezes a campainha para chamar os atendentes, teria ouvido de uma delas que era para “desligar essa m….”, se referindo à campainha pela qual os pacientes chamam os enfermeiros.
“Após a cirurgia não me deram banho, eu não conseguia levantar sozinha. Bati no ferro do soro quanto tentei. A moça que estava junto no quarto gritou que eu estava passando mal, mas não vieram. Aí eu ouvi da enfermeira que era para ‘desligar essa m…’. Aí melhorei, tentei ir no banheiro e quando cheguei lá, caí”, diz. Ela mostra o corte na barriga. O diagnóstico pulo de mão em mão até que um médico aceitou fazer o procedimento.
“Fiz escândalo no Hospital Dia, na Prefeitura e até no Haoc. Disse que ia chamar a imprensa para ser atendida. Não é a primeira vez que isso acontece. Uma vez abrimos um boletim de ocorrência contra o hospital”, diz. “Por causa da situação que estava, pedi para ter alta no sábado (25). Voltei na segunda-feira (27) e o médico plantonista disse que era normal. Ontem [segunda, 3] fui ao doutor que fez a cirurgia e ele disse que está evoluindo bem”, conta.
Apesar disso ela diz que está com dores para ir no banheiro. “Não posso dizer que está melhor agora. Fiz cirurgia para melhorar. Passei três anos com dor e agora continua. Eu não confio no Haoc. Não indicaria. Mas tem médicos bons. Tem pessoas boas, mas não todos.”
Elogio. Apesar das reclamações, ela diz que dois enfermeiros destoaram dos outros que a atenderam e foram muito prestativos. “Pedi o nome deles, e é Marcio, estagiário da Cici de Indaiatuba, e a técnica de enfermagem Juliana Argolo. Anotei para poder elogiar. Porque do mesmo tempo que estou criticando, também vou elogiar. Porque vi eles ajudando muita gente ali”, encerra. O Haoc foi procurado, mas não retornou.
Problemas na saúde
A morte de duas crianças no mês passado trouxe à tona diversas reclamações contra a saúde pública em Indaiatuba. Um paciente convulsionou a espera de atendimento. Os dois bebês morreram no Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc), um deles após um parto em que foram relatados problemas. Uma manifestação foi marcada pelos familiares para a frente da unidade. Um caso de morte na Upa também foi relatado.
foto: Ricardo Miranda/Comando Notícia
