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Indaiatubanos pelo mundo: o amor que levou uma psicóloga para a Alemanha

HUGO ANTONELI JUNIOR

Lais Sybele de Camargo Andrade Guida Tavares não nasceu em Indaiatuba, mas se mudou para a cidade enquanto ainda era criança e morou por aqui até 2006. Foi então que ela resolveu se mudar com o marido para a cidade de Herbrechtingen, na Alemanha.

Ela é a personagem de hoje da série de reportagens especiais do Comando Notícia pelo aniversário de 188 anos da cidade, indaiatubanos pelo mundo. Nós já descobrimos a rotina de uma indaiatubana na Austrália, um casal que mora em Portugal e outra indaiatubaiaustraliana.

Na tranquilidade de uma cidade de cerca de 13 mil habitantes e que fica a quase 600 quilômetros da capital alemã, Berlim, ela mora com o marido e com a filha. “Não sei se nós voltaríamos a morar em Indaiatuba ou no Brasil. Acho que só se a segurança melhorasse muito. Mas, com certeza, se um dia eu voltasse, seria para Indaiatuba”, diz.

Apesar de estar há 13 anos fora do País, ela diz que sente saudade. “O que mais sinto falta é da minha família e dos meus amigos. Tenho muitos, não só na cidade, mas espalhados”, conta. “Infelizmente não consigo manter contato com todos, mas costumo me comunicar com eles pela internet, geralmente pelo WhatsApp, Facebook e às vezes até por e-mail.”

O que a motivou a ir para a Europa foi o marido. “Quando eu o conheci, ele já trabalhava na Alemanha, foi ele que me fez mudar”, afirma. E se é por família que ela saiu do Brasil, por família é que ela também voltaria – além da segurança, é claro. “Acho que Indaiatuba é uma cidade linda e boa de se morar. Temos tudo aí. Mas se fosse para dar um presente, com certeza seria mais segurança. Estou há muito tempo fora do Brasil, mas tenho certeza que segurança cairia bem em todos os lugares.”

Culinária e adaptação

Ela diz que não é fã da culinária local. “Minha filha e o meu marido adoram. Em geral, na Alemanha se come muita batata. Tudo vem acompanhado de algo feito com batata. Acho que seria como o arroz no Brasil”, diz. Mas há uma específica que ela gosta. “Chama-se wiener schnitzel, de origem austríaca. É um peito de porco muito saboroso e macio, que vem acompanhado de batata frita. É muito bom. Adoro o joelho de porco daqui, que é bem diferente do que o que é servido no Brasil.”

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O prato típico wiener schnitzel, feito com carne de porco.

Além disso, a Alemanha é conhecida pela boa cerveja. “É a melhor para mim. Temos uma bem diferente do que temos do Brasil. É mais “grossa”, não é aguada, sabe? Chama-se Hefeweizen. Tem também as sobremesas, entre elas o famoso apfelstrudel que é muito bom. Mas eu troco fácil por uma cerveja”, brinca.

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A sobremesa apfelstruel, uma das preferidas da brasileira.

Apesar da cidade em que eles vivem ser pequena e distante da capital, não fica muito longe de alguns centros conhecidos. “Não tem shopping. Há uma cidade vizinha a dez minutos de carro onde há comércios como mercados, cafés, cinemas e escolas. Sempre vou encontrar as minhas amigas lá”, conta. “Aqui é tipo Indaiatuba nisso [distância de algumas cidades grandes], fica a 1h40 de Munique, 1h20 de Stuttgart e 30 minutos de Ulm. Mas optamos por morar em uma cidade pequena, minha filha frequenta escola aqui e não há perigo de violência.”

Outra característica da cidade é que tem muitos idosos. “Sempre tivemos simpatia dos alemães. Em especial a nossa filha que é muito querida pelos nossos vizinhos. No início não sabia de nada, nem o idioma, mas tivemos ajuda de muitos alemães. No começo era na base da mímica ou no inglês, que na maioria não fala o inglês, só o básico. Depois de muito tempo não há mais problemas de comunicação. Adoramos morar aqui, para ser perfeito só faltaria a família toda junto.”

fotos: arquivo pessoal