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Oposição articula assinaturas para abertura de CPI da Saúde

HUGO ANTONELI JUNIOR

Após os problemas recentes no atendimento da saúde em Indaiatuba (SP), os três vereadores do bloco de oposição se reuniram nesta sexta-feira (24). Alexandre Peres (SD), Arthur Spíndola (PV) e Ricardo França (PRP) articulam ações que possam responder as denúncias da população. Em conversa por telefone com o Comando Notícia, o vereador Alexandre Peres disse que não há ações definidas, mas que o grupo procura soluções. “Queremos solucionar os problemas para a população, para isso houve essas conversas e haverá outras”, diz.

Apesar de não estar descartada a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os relatos na saúde, ele não quis dar prazos. “Precisamos ainda conversar com os outros vereadores, os do bloco do governo [que são nove], porque sozinhos não conseguimos nada”, analisa. Para a abertura de uma investigação na Câmara são necessários quatro assinaturas. Como o bloco de oposição é formado por três vereadores, um integrante do bloco de governo teria que assinar para que o Legislativo instalasse a investigação oficial.

Também por telefone o vereador Arthur Spíndola comentou a reunião. “O dever maior do vereador é fiscalizar. E temos visto que aconteceram atrocidades recentemente. Eu fui ao Haoc na terça-feira e tinha mais de 60 pessoas aguardando atendimento com tempo médio de espera em três horas”, relata.

“O que queremos é ver se o recurso que está vindo para o SUS está sendo bem empregado. Porque temos uma cidade com superávit. O problema que encontramos é que somos três na oposição e precisamos de quatro. Estamos tentando conversas para uma força tarefa. Se não for via CPI vamos tentar via requerimentos e reuniões com os gestores. Um exemplo de como tem coisa errada é que o protocolo do SUS indica que o tempo de espera deve ser de noventa minutos, mas a informação oficial que temos é que a espera está em duas horas. Ou seja, na informação oficial está fora da recomendação”, encerra.

O vereador Ricardo França também analisou as conversas. “Não tem nada decidido, nem descartado. Está avaliando todas as possibilidades, porque a saúde pública do nosso município está indo de mal a pior há algum tempo. A gente está sempre pedindo informações, questionando e temos que fazer um trabalho em cima disso uma investigação muito ampla para compreender o que está acontecendo e conseguir contribuir para resolver, para melhorar”, diz.

“A gente sempre está participando das leis orçamentárias, mover mais recursos para a saúde, melhorar as metas, essas discussões são muito saudáveis. Agora mais do que nunca a gente tem que se organizar e está se organizando para batalhar e conseguir o melhor para a nossa cidade.”

Problemas na saúde

A morte de duas crianças na semana passada trouxe à tona diversas reclamações contra a saúde pública em Indaiatuba. Um paciente convulsionou a espera de atendimento. Os dois bebês morreram no Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc), um deles após um parto em que foram relatados problemas. Uma manifestação foi marcada pelos familiares para a frente da unidade. Um caso de morte na Upa também foi relatado nesta semana.

foto: divulgação/Câmara