Cidades

Insegurança ronda funcionários da Citi na última semana da empresa em Indaiatuba

HUGO ANTONELI JUNIOR

INDAIATUBA – Em um País que tem mais de 12 milhões de desempregados, o maior medo da maioria dos funcionários da Companhia de Transportes de Indaiatuba (Citi), da Rápido Sumaré, é integrar este montante depois desta semana, a última da empresa como responsável pelos ônibus na cidade. A Citi, a Sancetur – que assumirá a partir do dia 10 de fevereiro, não nos responderam sobre os empregos dos motoristas e cobradores.

Claudemir Aparecido dos Santos, representante do Sindicato  Rodoviário de Campinas e Região, que representa os motoristas e cobradores afirmou ao Comando Notícia na noite de domingo (4) que haverá orientação aos funcionários. “Não há chance de ter greve. Por enquanto, não é o nosso pensamento. Para nós, não importa qual empresa seja, desde que os empregos dos trabalhadores sejam mantidos. A Prefeitura disse que haverá a contratação pela nova empresa, então, vamos orientar os funcionários e a operação deve continuar normalmente”, afirma.

Funcionários ouvidos pelo Comando Notícia sob anonimato disseram que alguns dos últimos pagamentos tiveram atraso de alguns dias. “O Vale Refeição na semana passada veio com atraso. Por enquanto, ninguém nos falou nada sobre o que vai acontecer, por isso estamos muito inseguros sobre os próximos dias”, diz.

Briga judicial

A Prefeitura derrubou na Justiça uma liminar que a Citi tinha para operar na cidade após o cancelamento do contrato de transporte e contratação de uma nova empresa. A decisão judicial saiu na semana passada e a empresa não se manifestou sobre a perda dos direitos de operar o transporte público na cidade.

Apesar disso, o Comando Notícia apurou nos bastidores que a Citi não deve entrar com um novo pedido judicial para operar em Indaiatuba. A empresa passou por problemas no ano passado e chegou a conversar com a Prefeitura pedindo um prazo maior, mas a administração não quis conversar e rompeu o contrato.

Imbróglio

O juiz que extinguiu o mandado de segurança é o mesmo que em novembro considerou “nulo” o cancelamento do contrato feito pela Prefeitura pela administração, de acordo com ele mesmo, não ter oferecido a “ampla defesa e o contraditório”. O Comando Notícia mostrou no mesmo mês que a Prefeitura rompeu o contrato mesmo depois de ter negociado e recebido parte da dívida da empresa com o poder público.

Um áudio vazado na mesma semana, mostrou o prefeito Nilson Gaspar (PMDB) convidando os motoristas da Citi para conversarem com a Sancetur e negociarem  a contratação na nova empresa, em pleno vigor do mandado de segurança.

Operação normal

Mesmo operando sob decisão judicial, a empresa continuou os serviços normalmente, alterando o itinerário de linhas, o horário de outras, apresentando pesquisas de satisfação, realizando normalmente o cadastramento de estudantes e até apresentando dados sobre a utilização da integração. Ao Comando Notícia, a Citi afirmou que não subiria a tarifa neste ano.

foto: divulgação